Congresso

Moro requer audiência no Senado com candidata opositora de Maduro

O requerimento para ouvir María Corina Machado foi apresentado em meio à presença de Nicolás Maduro em Brasília, nesta semana, para participar de cúpula dos chefes de Estado da América do Sul

O senador Sergio Moro (União-PR) apresentou um requerimento para a realização de audiência pública, na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado Federal, com a opositora de Nicolás Maduro, María Corina Machado, candidata a disputar a presidência da Venezuela. Moro anunciou o pedido nesta terça-feira (30/5), mesmo dia em que Maduro está em Brasília para participar de cúpula dos chefes de Estado da América do Sul.

"O Senado da República Federativa do Brasil não pode se furtar a ouvir e debater esse tema de relevante importância para a América Latina. É papel da nossa nação, forjada na democracia e defesa das liberdades individuais, promover e garantir os instrumentos necessários para consolidação desses valores", escreveu o parlamentar em seu requerimento.

O texto cita ainda relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado em setembro de 2022, que acusa a Venezuela de possíveis crimes contra a humanidade, como torturas e violência sexual. O relatório mostra que o sistema de inteligência do país foi utilizado para reprimir opositores, sob o comando da alta cúpula do governo.

"Ignorar é cumplicidade"

María Corina Machado é ex-deputada venezuelana e coordenadora da Vente Venezuela, partido de oposição. Ela será candidata nas eleições primárias, previstas para outubro, pelas quais também concorrerão Juan Guaidó, que se declarou presidente interino do país por quatro anos, e Henrique Capriles. As prévias decidirão quem enfrentará Maduro no pleito de 2024.

"Caros senadores e deputados do Brasil. Vocês sabem que Maduro cometeu crimes contra a humanidade, pelos quais será condenado. Vocês viram em seu país o êxodo de milhões de venezuelanos que fogem da pilhagem perpetrada", respondeu María Machado a Moro, agradecendo o convite. "Ignorar e banalizar os crimes cometidos por Maduro é cumplicidade", acrescentou.