O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) afirmou que não pensa "duas vezes antes de defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração foi dada no programa Roda Viva, nessa segunda-feira (29/5).
De acordo com Dallagnol, ele só votou em Bolsonaro no 2º turno das eleições de 2022 para evitar a vitória de Lula. Deltan diz que Lula tem uma "concepção totalmente errada de mundo". Ele ainda alega que o petista "apoia" ditaduras, disparando críticas a visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
"Lula traz uma imagem de um estado totalizador, um estado que entra nas liberdades individuais, quando quer, por exemplo, substituir um Uber por Correio, entra na liberdade econômica, quando quer censurar as redes sociais. Tem uma percepção, a meu ver, absolutamente equivocada do indivíduo, quando tem uma política de vitimização do criminoso, de bandidolatria, uma visão de mundo que justifica fins pelos meios, a ponto de apoiar ditaduras", disparou.
Cassação do mandato
O Tribunal Superior Eleitoral cassou, por unanimidade, o registro da candidatura e, consequentemente, o mandato de Dallagnol. A ação é decorrente de uma representação da Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV) e do Partido da Mobilização Nacional (PMN).
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Eles alegaram que o ex-procurador não poderia ter deixado a carreira de Procurador da República para entrar na política porque estavam pendentes "sindicâncias, reclamações disciplinares e pedidos de providências e Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
O ministro Benedito Gonçalves, relator da ação, votou pela inelegibilidade e cassação de Deltan Dallagnol e foi seguido pelos demais ministros.
A argumentação para o voto favorável à cassação foi que ele teria se exonerado do cargo de procurador em novembro de 2021, com a intenção de evitar que os processos que o Conselho Nacional do Ministério Público tinha contra ele se tornassem administrativos.
Dallagnol chegou a acusar o ministro Benedito de votar pela sua inelegibilidade em troca de uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-procurador disse ainda que a ação movida contra ele é uma forma de ataque pelo PT por conta de sua atuação durante a Lava Jato.
Dallagnol foi o responsável por apresentar a denúncia contra Lula na Operação Lava Jato no caso do triplex do Guarujá.