O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) decidiu aposentar, compulsoriamente, a juíza Ludmila Lins Grilo, da Vara Criminal e da Infância e Juventude de Unaí. A decisão foi publicada, ontem, no Diário Oficial de Justiça e diz que a punição foi aplicada em nome do "interesse público". A magistrada era uma das "influencers" do bolsonarismo nas rede sociais.
A juíza ficou conhecida por publicar vídeos contra normas de isolamento social durante a pandemia de covid-19. Ela também fez críticas públicas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — o ministro Alexandre de Moraes mandou derrubar os perfis dela nas redes sociais.
Ludmila também responde a dois processos disciplinares no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A primeira investigação interna apura se ela violou os deveres funcionais. Uma inspeção extraordinária na comarca apontou faltas sistemáticas ao trabalho presencial, baixa produtividade, morosidade e exercício paralelo de atividade empresarial. A auditoria encontrou 1.291 processos parados.
O segundo processo disciplinar é sobre manifestações político-partidárias da juíza em entrevistas, eventos e nas redes sociais — todas em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro. O CNJ investiga se ela violou o dever de imparcialidade.
Ela estava afastada desde fevereiro. A aposentadoria compulsória é a punição disciplinar mais dura da magistratura.