O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou o conflito com o Centrão na tramitação da medida provisória que muda a estrutura do governo, a MP 1154/2023, chamada de MP da Esplanada. Lula afirmou que, muitas vezes, ele acorda com notícias que parecem "que o mundo está acabando". "Eu fui ler as notícias hoje, na verdade, tudo parecia normal. Uma comissão do Congresso querendo mexer numa estrutura de governo que é difícil de mexer", disse.
A fala ocorreu na noite desta quinta-feira (25/5), durante cerimônia na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. Para Lula, a questão com a MP é algo “natural” da política e, agora, é que o governo vai negociar com os parlamentares, porque "agora é que começou o jogo”.
"Agora que começou o jogo. O que a gente não pode é se assustar com a política. Quando a sociedade se assusta com a política e começa a culpar a classe política, o resultado é infinitamente pior. É na política que se tem as soluções dos grandes e pequenos problemas do país", afirmou o presidente.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), já sinalizou que poderá judicializar as mudanças feitas pelos parlamentares na MP 1154/2023, se o texto aprovado pela comissão mista, mudando a composição atual do governo, não for alterado.
Além de Lula e Pacheco, participaram da cerimônia de encerramento de evento em comemoração do Dia da Indústria, realizado pela Fiesp, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, o presidente da Fiesp, Josué Gomes, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.
Durante a fala, Lula não poupou elogios ao presidente da Fiesp, filho de José Alencar, ex-vice-presidente dos dois primeiros mandatos do petista. Segundo Lula, que fez questão de afirmar que conheceu todos os ex-presidentes da Fiesp, desde 1975, o filho herdou uma importante qualidade do pai: o caráter. "A Fiesp precisava de um empresário do seu tipo, um cara moderno, corajoso e que tem a vida dentro da empresa e herdou do seu pai a coisa mais importante que um empresário precisa ter: o caráter. Empresários de São Paulo e brasileiros vão ganhar muito com a sua presidência”, afirmou ele, dando uma leve alfinetada no antecessor de Josué Gomes, Paulo Skaf, que era bolsonarista.