A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, voltou a afirmar, nesta quinta-feira (25/5), que o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) é forte por ter tido na formação uma contribuição de cada governo passado. Segundo ela, a exceção disso foi o “hiato” que o país viveu na área ambiental na gestão de Jair Bolsonaro (PL) e a resistência que o sistema teve.
“A política ambiental brasileira tem conseguido avanços com muita luta. Na história do Brasil aconteceu algo muito importante, cada governo foi deixando um bom sedimento que foi criando a rocha que é o Sistema Nacional do Meio Ambiente”, destacou no evento de posse do novo presidente do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Mauro Pires.
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“Tivemos um hiato, quatro anos, que não consigo identificar um sedimento bom que foi depositado com o governo de [Jair] Bolsonaro. Mas, como acumulamos durante anos uma estrutura de governança ambiental, com todas as nossas estruturas, foi possível sobreviver para dizer que valeu a pena a resistência dos servidores, das comunidades científicas, por todos nós”, continuou.
Ganhos devem ser preservados
Na audiência de quarta-feira (24/05), na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, Marina alertou que as mudanças da MP da Esplanada terão grandes impactos que irão além da “gestão em si mesma”.
“Ganhos precisam ser preservados, desafios precisam ser enfrentados, porque a agenda é transversal. Nós não vamos enfrentar as mudanças climáticas se o assunto não tiver em todas as estruturas do governo. Esse é o momento das políticas transversais, mas também de fortalecer o Sistema Nacional de Meio Ambiente, de lutar para que os conselhos sociais sejam mais fortes. A diretriz do desenvolvimento sustentável precisa ser traduzida em todos os setores do governo e da sociedade”, afirmou.
Marina saiu em defesa dos povos indígenas, destacou que o Congresso Nacional tem tentado retomar em agendas que foram perdidas na gestão anterior, como a pauta ambiental sobre os indígenas, por isso é preciso manter a resistência para seguir como parte do governo.
“Nós temos que resistir e vamos resistir manejando essas contradições, criando alternativas, buscando soluções e cuidando do legado. O presidente Lula ganhou como legado da democracia, nós fazemos parte desse legado, é um governo de frente ampla e nós estamos aqui como parte dessa frente ampla. Queremos estar vinculados a esse legado para que a gente possa ajudar o Brasil a fazer a transição e ser o país do desenvolvimento sustentável, o país que enfrenta o problema das mudanças climáticas, que reduzirá o desmatamento, que alcançará o desmatamento zero em 2030”, entoou.