A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMAMC), Marina Silva, classificou o esvaziamento da pasta dela, que ocorre após o avanço da Medida Provisória (MP) da Estruturação da Esplanada dentro do Congresso Nacional, significa um momento "de muitas contradições". O instrumento tem como objetivo remodelar o desenho dos ministérios feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL) quando tomou posse.
Em meio à aprovação do arcabouço fiscal, o governo incentivou a sua bancada a votar pela aprovação da MP. Ainda assim, Marina não demonstrou ressentimento com o presidente e chegou a defender Lula durante evento de posse do presidente do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Mauro Pires, nesta quinta-feira (25/5).
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“Temos uma contradição que não depende da nossa vontade, o mesmo presidente Lula que reestabeleceu o Comitê de Busca para que nós tivéssemos aqui uma pessoa como o Mauro Pires, que é um funcionário de carreira, é o mesmo presidente Lula que no dia 1º de janeiro, dos dez decretos assumidos, assinou cinco na área ambiental pela prioridade que ele dá a essa agenda. Está vivendo a pressão daqueles que querem transformar o governo do presidente Lula no governo do Bolsonaro e estamos fazendo todos os esforços para que isso não aconteça”, explicou.
Lula agendou uma reunião para sexta-feira (26) com Sonia Guajajara e Marina Silva, as duas ministras que terão as pastas desidratadas pelas novas regras impostas na MP. O pedido do encontro foi feito pela ministra dos Povos Indígenas (MPI), segundo a assessoria dela, que terá a demarcação de terras indígenas retirada do guarda-chuva de atribuições. A informação foi confirmada pela Secretaria de Comunicação (Secom) do Planalto e do MPI.