EMBRATUR

MP do setor de eventos é aprovada após promessa de vetos do governo

A Embratur, responsável pela promoção do turismo brasileiro, não deve receber a transferência de 5% das verbas do Sistema S

A medida provisória (MP) do programa de isenções tributárias para o setor de eventos foi aprovada nesta quarta-feira (24/05) pelo Senado Federal com o mesmo texto recebido da Câmara. O Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), garante isenção tributária e beneficia os setores de eventos, turismo e outras aéreas relacionadas.

Com a rejeição das emendas do Senado pela relatora, senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), a MP não precisará voltar para a Câmara, indo para a sanção presidencial. Mas isso só foi possível depois do compromisso do governo em vetar os artigos relacionados ao repasse de 5% das verbas do comércio para o Sistema S, Sebrae, Sesc e Senac, para financiamento da promoção internacional do turismo brasileiro através da Embratur.

“Houve um compromisso do governo, através do senador Jaques Wagner, líder do governo no Senado, de veto dos artigos referentes a esse repasse de 5% do Sistema S para a Embratur. Naturalmente que o problema da Embratur é um problema também do governo de buscar o fomento necessário para a atividade de um ente que é muito importante para fomentar o turismo no Brasil. É evidente que esses desdobramentos virão, eu acredito que se mantêm a higidez do Sistema S, especialmente na área de comércio, e nós vamos encontrar um caminho para poder fomentar a Embratur também”, disse o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em coletiva após a sessão da Casa.

A medida beneficia diversos setores especialmente atingidos pela pandemia de covid-19. Originalmente, não havia destinação de verba para a Embratur, o dispositivo foi incluído durante a análise da MP pela Câmara, quando o relator, deputado José Guimarães (PT-CE), inseriu os dois artigos que preveem uma transferência de 5% dos recursos do comércio e serviços no Sistema S para custeio da Embratur na promoção do turismo internacional para o Brasil.

A inclusão da medida fez a Confederação Nacional do Comércio (CNC), entidade que coordena o comércio no Sistema S, reagir. Em nota, a entidade pede a sensibilização do “Senado para não aprovar o corte de 5% do projeto de lei que pode fechar mais de 100 unidades do Sesc e do Senac em todo o país”, alegou a entidade.

Já a Embratur, empresa pública responsável pelo fomento ao turismo brasileiro, hoje comandada por Marcelo Freixo, disse que sem a medida a entidade não terá orçamento para investir na atração de turistas estrangeiros para o país. Que segundo a Embratur retornaria em incremento de receita diretamente para a cadeia produtiva do turismo, ligada ao Sistema S do comércio.

A medida aprovada também prevê que as taxas de PIS/Pasep e Cofins sobre as receitas do transporte aéreo regular de passageiros sejam mantidas 31 de dezembro de 2026. A medida também mantém a desoneração dos combustíveis com a alíquota zero do PIS/Pasep e Cofins para o diesel, biodiesel e gás de cozinha até o fim de 2023.

Financiamento do Sistema S

As entidades Sistema S são mantidas com recursos recolhidos sobre a folha de pagamento das empresas do setor. As contribuições recolhidas pelo governo são depois repassadas às entidades.

A alíquota das contribuições cobradas para o financiamento das entidades do ramo do comércio é de 1% para o financiamento do serviço de aprendizagem, o Senac, já o serviço social, o Sesc, recebe 1,5% da folha. No caso do Sebrae, as micro e pequenas empresas (com faturamento bruto de até R$ 4,8 milhões ao ano) contribuem com alíquotas que vão de 0,3% a 0,6%.