Para o novo titular do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marcos Amaro, o antecessor na pasta, general Gonçalves Dias, não facilitou a invasão do Palácio do Planalto no dia dos atos golpistas de 8 de janeiro. “Não houve facilitação, houve esforço que não foi suficiente pra conter a invasão”, disse o ministro.
“As imagens divulgadas pela CNN procuram demonstrar que houve facilitação. Na realidade houve que ele, G. Dias (Gonçalves Dias), estava indicando a porta que conduz do terceiro pra segundo andar do Planalto”, disse Amaro. O ministro também apontou que ao rever as imagens sem edição observa-se que não há nada que indique conivência do ex-ministro Dias.
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O general foi ouvido nesta terça-feira (24/5) na reunião da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Amaro ressaltou que não havia até o dia 8 de janeiro nenhum histórico de precedentes de invasão à sede do Executivo, e apontou que os ataques só aconteceram em função de falhas nos serviços de informação que não permitiram ao GSI realizar uma análise adequada da situação com a antecedência necessária.
“Destaco que quando (o) Palácio foi construído, me parece que não foi pensado a questão de segurança. Para proteção se erguem muralhas, neste caso, cada vidro quebrado se tornou uma porta para entrada de invasores”, disse o ministro.
Segundo Amaro a arquitetura do Planalto torna mais difícil prover a segurança necessária ao prédio e recordou do evento de 1989, quando um homem embriagado dirigindo um ônibus atravessou a frente do Palácio, quebrando as vidraças foi parar no saguão do prédio.
Amaro apontou que o GSI está avaliando a possibilidade de substituir os vidros do andar térreo do Planalto por vidros blindados, medida que aponta poderia ter evitado a invasão no prédio em janeiro.
O chefe do GSI optou por não responder temas políticos e disse não conhecer os detalhes da situação por ter assumido há pouco tempo a pasta quando questionado pelos parlamentares da oposição. A bancada bolsonarista deu uma prévia da estratégia que espera adotar durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro.
As falas dos parlamentares ligados ao bolsonarismo seguiram na divulgação de teorias de conspiração acusando o governo de ter patrocinado os movimentos golpistas de janeiro, e questionando se o ministro, general de exército, batia continências ao presidente da República. Outro alvo da oposição foi o fotógrafo da Reuters Brazil, Adriano Machado, acusado de ter ligação aos golpistas por estar no Planalto quando ocorreu a invasão do prédio.
“É absolutamente inaceitável falas como as que as vimos aqui, convocando as forças armadas a se colocarem contra o poder civil”, criticou a deputada Lídice da Mata (PSB-BA).