CPI do MST

CPI do MST: deputado se recusa a fazer minuto de silêncio por vítimas de massacre

Deputada Talíria Petrone pediu o minuto em homenagem aos seis anos do massacre de Pau D’Arco, em que 10 camponeses foram mortos em uma ação policial

Em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a deputada Talíria Petrone (PSol-RJ) pediu, em sua fala, um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do massacre de Pau D’Arco, em que 10 camponeses foram mortos em uma ação policial no Pará. O caso é reconhecido como um dos mais marcantes de violência no campo. No entanto, o deputado Éder Mauro (PL-PA), foi contra. 

Em fala, Talíria pediu um minuto de silêncio pelos seis anos do massacre de Pau D’Arco. "Em memória à todas as vítimas no campo, em especial às vítimas de Pau D’Arco”, disse Talíria. O deputado Éder Mauro (PL-PA), então, pediu a palavra pela ordem, e imediatamente as deputadas do PSol o questionaram: “O senhor não vai conceder um minuto de silêncio? Foram dez vítimas. O parlamento brasileiro vai passar essa vergonha?”.

O deputado do PL rebateu: “Eu discordo do minuto de silêncio. Sou contra. Se derem o minuto de silêncio eu vou ficar falando durante”, disse. "Pau D’Arco simplesmente era uma área de uma fazenda onde uma outra pessoa queria comprar a terra do fazendeiro, e o fazendeiro não queria. O que acontece é que um grupo simplesmente pago e financiado por invadir a terra do cidadão para poder jogar o preço da terra e obrigar os proprietários a venderem. Quando a polícia foi cumprir o mandado judicial de reintegração foi recebida à bala. E os policias reagiram. Eu vou dar um minuto pra bandido? Nunca que vou dar um minuto!”, disse. Confira: 

 

Diante da manifestação do deputado paraense, as deputadas Sâmia e Talíria leram os nomes das vítimas da chacina. O restante da bancada respondia com “presente”, enquanto o deputado finalizava com “bandido”.

A discussão seguiu com Éder Mauro reiterando que não ficará calado. As deputadas questionam se o minuto de silêncio realmente não será concedido. “Conivente”, disse Talíria. “O senhor está negando um minuto de silêncio. Isso é um desrespeito com as famílias das vítimas, com os trabalhadores do campo”.

Após a reunião, o presidente da CPI, deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), disse que concederia o minuto de silêncio, se não fossem as objeções. Em troca, o presidente concedeu à Talíria um minuto para falar em homenagem às vítimas, o que não foi aceito. “Na verdade o minuto em respeito, como tínhamos parlamentares que tinham afirmado que não iam respeitar, a presidência passou a palavra para um deputado do governo, dando o referido minuto para que fizesse sua manifestação ou permanecesse em silêncio. Foi respeitado”, afirmou.