Ex-procurador

Cassado, Deltan Dallagnol convoca manifestações para 4 de junho

Movimentos de ruas e parlamentares aliados do deputado cassado comunicaram, nesta quarta-feira (24/5), ato nacional "contra a censura, arbitrariedades e injustiças cometidas"

O deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) convocou, nesta quarta-feira (24/5), junto com movimentos como o MBL e o Vem Pra Rua, uma onda nacional de protesto “contra a censura, arbitrariedades e injustiças cometidas” marcada para o mês que vem. Segundo Dallagnol, ele sofreu uma “reação do sistema corrupto” por parte de pessoas que “se julgavam acima da lei” e hoje reagem contra ele.

“Esse grupo de parlamentares de diferentes partidos está aqui para dizer que não vamos nos curvar. Nós vamos estar nas ruas, lutando, por dentro da lei, com ordem, de modo legítimo, erguendo nossa voz por justiça, por liberdade e por democracia. 4 de junho estaremos nas ruas respondendo a essa convocação. Houve pessoas que disseram ‘todo mundo está com medo, as pessoas não vão mais às ruas’, mas eu vou me sentir honrado de estar do lado de muitos brasileiros e brasileiras que têm coragem de lutar”, disse, no salão verde da Câmara dos Deputados.

Conforme o parlamentar paranaense, “o que foi feito não foi cassar um parlamenta, foi cassar a voz dos brasileiros. Foi cassar 345 mil votos, que foram retirados das urnas com essa cassação. De pessoas que tinham expectativa de mudança, pessoas que ao longo da Lava-Jato entenderam que não basta se opor à política, você precisa se fazer representar na política”. Os movimentos convocam, em suas páginas nas redes sociais, a população para comparecer às ruas.

Em entrevista publicada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo, o deputado afirmou que sua cassação foi uma troca por uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Deltan não apresentou provas, contudo, para corroborar sua teoria. “O ministro condutor do voto trouxe um voto que objetiva entregar a minha cabeça em troca da perspectiva de fortalecer a sua candidatura ao Supremo”, disse ao jornal. O voto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que culminou na cassação do mandato do ex-procurador foi unanimidade entre os sete ministros.