O deputado federal Zé Trovão (PL-SC) interrompeu uma fala da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nesta quarta-feira (24/5), na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Câmara, alegando excesso de tempo de resposta. No momento, a autoridade iria fazer mais uma crítica ao governo de Jair Bolsonaro (PL) sobre as mudanças de mecanismos que eram de competência da pasta comandada por ela passadas a outros ministérios.
Nitidamente incomodado, Trovão se dirigiu ao presidente da mesa, José Priante (MDB-PA), alegando que faltaria tempo para outras pessoas se manifestarem. “Desculpe, presidente, eu não sabia que tinha tempo para as respostas”, rebateu Marina.
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Com tom de repreensão, Priante explicou que ela teria o tempo regulamentar. “A nossa ministra está respondendo um bloco de oito oradores, portanto, evidentemente que são 12 minutos. Eu gostaria que todos pudessem compreender. Existe uma série de inscritos. Nós vamos estabelecer um bloco a partir dessa resposta da ministra aos que propuseram, que assinaram o requerimento de vinda da ministra. Nós vamos estabelecer uma dinâmica.”
Trovão concordou, mas pediu que as respostas da ministra fossem mais breves, pois não gostaria de escutar “uma palestra”. “Já esclareci todo o regramento quando da abertura dessa audiência”, encerrou Priante.
A audiência foi marcada para que a ministra apresentasse o plano de trabalho e programas da pasta do Meio Ambiente. Antes de ser interrompida, Marina falava da importância dos mecanismos que foram devolvidos ao ministério por meio de decreto presidencial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que correm o risco de serem retirados novamente de seu escopo, na votação da Medida Provisória dos Ministérios (MP) na Casa, marcada para hoje.
Zé Trovão
O bolsonarista Marcos Antônio Pereira Gomes, mais conhecido como Zé Trovão, é investigado no inquérito sobre manifestações antidemocráticas no 7 de Setembro de 2021. Ele chegou a ser preso preventivamente, após passar dois meses foragido, mas depois conseguiu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para aguardar a conclusão do inquérito em regime domiciliar. Este mês, ele ficou livre da tornozeleira eletrônica, ao receber autorização do ministro Alexandre de Moraes para deixar de usar o aparelho.