O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, repudiou nesta segunda-feira (22/5) os ataques racistas sofridos pelo jogador do Real Madrid Vinicius Júnior em um estádio da Espanha ontem. Silvio apontou o "silêncio conivente com o racismo" das autoridades espanholas, das organizações do futebol europeu e de parte da imprensa. E classificou o ato como um grande problema político, que pode transbordar para fora dos estádios.
"É importante que a gente saiba que isso não é um caso isolado. O Vini Jr. já foi vítima de ofensas racistas em outras ocasiões, e me parece que as autoridades espanholas, as organizações que tratam do futebol na Europa, a liga espanhola, os patrocinadores, parte da imprensa, simplesmente se mostraram coniventes com os atos racistas", declarou Silvio à imprensa.
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Neste domingo (21), em uma partida contra o Valencia, o atleta brasileiro foi chamado de "macaco" por torcedores do time adversário após reclamar de um lance. O jogo chegou a ser paralisado e a torcida foi alertada duas vezes sobre os ataques racistas, que não cessaram. O caso gerou forte reação, inclusive no governo brasileiro.
Fora do estádio
"Essa violência racista contra o Vini Jr. demonstra que existe um problema muito maior, e que tende a se espalhar para muito além do campo e do estádio. Então, nós temos um problema político, de grande monta, o que justifica, inclusive, as manifestações por parte do Estado brasileiro", frisou Silvio Almeida.
O ministro destacou ainda que Vini é um dos maiores jogadores do mundo e que, ainda assim, sofre com casos de racismo. "Nós ficamos imaginando como é tratada a comunidade brasileira, como são tratados os outros negros e negras que estão na Europa, que estão na Espanha", comentou.
Segundo ele, as providências estão sendo lideradas pelo Ministério da Igualdade Racial. Silvio também criticou a Fifa, dizendo que a entidade não toma atitudes enérgicas contra casos de racismo no futebol há anos.
"Tem alguma coisa muito errada acontecendo na Europa, acontecendo no futebol europeu, em especial, e que eu acho que denota que coisas mais graves do ponto de vista das relações sociais estão acontecendo ali", enfatizou o ministro dos Direitos Humanos.