Em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (22/5), a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco comentou sobre o caso de racismo contra o jogador Vini Jr. Segundo ela, o governo está em contato com as autoridades espanholas e espera que ações sejam tomadas. "Não dá para ficar só em nota de repúdio", afirmou Anielle.
"Inadmissível, que, em 2023, a gente ainda tenha que estar aqui chamando a imprensa, em uma coletiva, falando sobre racismo. Enquanto tiver sangue correndo nas minhas veias, enquanto a gente estiver à frente desta pasta da Igualdade Racial, vamos cuidar do povo brasileiro preto, seja aqui, seja fora do país, porque se tem uma coisa que assola a nossa comunidade preta é o racismo", acrescentou a ministra.
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Anielle disse que espera ter uma reunião com os representantes do La Liga, responsável pelo Campeonato Espanhol, e que haja punição dos atos cometidos contra o jogador brasileiro. "Estamos dispostos a eliminação do racismo, inclusive no esporte", pontuou. "O Vinicius tem sido xingado, ontem tomou um mata-leão. E a gente vê no Brasil, especificamente, como os casos de racismo se resolvem, infelizmente. E a gente não quer que isso chegue a uma escala muito maior que já chegou. Isso é um basta", emendou.
A ministra também comentou sobre o histórico de racismo no La Liga e a tentativa de revitimização contra Vini Jr. "O histórico da La Liga não é bom, é bem racista. Ontem mesmo, o próprio presidente, diretor, quis colocar o Vini como sendo culpado por ter vivido esse racismo. E a gente está aqui para enfrentar isso em conjunto, com muita seriedade e afinco", disse.
Notificação
O Ministério da Igualdade Racial afirmou no domingo (21/5), que notificará autoridades espanholas e a La Liga, organização responsável pelo Campeonato Espanhol, por causa dos ataques racistas sofridos pelo atacante brasileiro Vinícius Júnior.
"Repudiamos mais uma agressão racista contra o Vini Jr. Notificaremos autoridades espanholas e a La Liga. O Governo brasileiro não tolerará racismo nem aqui nem fora do Brasil! Trabalharemos para que todo atleta brasileiro negro possa exercer o seu esporte sem passar por violências", prometeu o Ministério em seu perfil no Twitter.