EMBATE

Randolfe rebate Salles em fala sobre Ibama: 'Não sou da sua laia'

Salles deu boas-vindas ao "time" para Randolfe após o senador usar as redes sociais para criticar a decisão do Ibama de negar a solicitação da Petrobras de perfurar um poço de petróleo no litoral do Amapá

O senador Randolfe Rodrigues (sem partido) subiu o tom com o deputado federal Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro, após ele afirmar que os dois estavam, agora, no mesmo "time" por considerarem injustas as determinações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O comentário de Salles foi feita nesta quinta-feira (18/5) em uma publicação em que o amapaense critica a decisão do Ibama de proibir a perfuração de poço de petróleo no litoral do Amapá, solicitada pela Petrobras.

“Bem-vindo ao time”, escreveu Salles na publicação em que Randolfe criticou a negativa do Ibama para a Petrobras. Em resposta, o senador ordenou que o ex-ministro o respeitasse porque não era “de sua laia e muito menos da sua turma de bandidos”.

“Me respeite que não sou da sua laia e muito menos da sua turma de bandidos. Eu quero o desenvolvimento pro povo do meu estado e sempre lutei pelo meio ambiente, o que você sempre quis era ‘passar a boiada’ para acabar com a Amazônia!”, escreveu Randolfe no Twitter. Quando chefiava a pasta, Salles foi flagrado em vídeo ao dizer que iria aproveitar o caos criado pela pandemia da covid-19 para "passar a boiada", ao se referir a decretos que enfraqueceriam a proteção ambiental.

Salles rebateu o comentário de maneira debochada: usou três emojis de bois e um que envia um beijo de coração.

A determinação do Ibama foi anunciada na noite de quarta-feira (17/5) e causou repercussões severas no ambiente político nesta quinta-feira (18/5). Randolfe Rodrigues, filiado ao Rede Sustentabilidade e líder do governo Lula no Congresso, anunciou a ruptura com o partido.

Na carta em que anuncia a saída, Randolfe agradece nominalmente apenas a presidente da sigla, Heloísa Helena, e não se refere à Marina Silva. Marina lidera o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que apoiou a decisão do Ibama em barrar a extração de petróleo no Amapá solicitada pela Petrobras.

O Ibama justificou a proibição ao afirmar que, no plano da Petrobras, não foram apresentadas garantias para atendimentos à fauna em possíveis acidentes com o derramamento de óleo, entre outros pontos. Outra preocupação do órgão é de que haviam lacunas quanto à previsão de prejuízos que a atividade traria a três terras indígenas em Oiapoque.

Em nota, a Petrobras afirmou que “atendeu rigorosamente” os requisitos do processo de permissão ambiental. A estatal disse que ainda não foi notificada e que continuará “buscando essa licença” para executar a atividade. “O país abre mão do direito de confirmar potencial que poderia contribuir para o desenvolvimento econômico e social das regiões Norte e Nordeste”, pontuou na nota.