O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) pediu ao presidente do Congresso Nacional que suspenda imediatamente a cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). O ex-procurador da Operação Lava-Jato foi cassado por unanimidade pelo TSE, na última terça-feira (16/5).
Para Mourão, a cassação de Dallagnol "fere" a Constituição Federal e a democracia. O pedido foi protocolado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
"Em nome dos meus eleitores do Rio Grande do Sul, apoiado pelos colegas de bancada e por todos aqueles parlamentares que independentemente de posições partidárias e ideológicas, acreditam na democracia, venho formalizar por meio deste discurso o pedido para que o Excelentíssimo senhor Presidente do Congresso interdite imediatamente a cassação ilegítima do deputado Dallagnol", pontuou Mourão.
No plenário do Senado, nessa quarta-feira (17/5), o parlamentar ainda disse que a cassação pelo TSE foi um "desejo de vingança", inclusive do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O Brasil jamais assistiu tamanha combinação de arbítrio, injusta, revanche e ilegalidade, praticada de forma tão brutal e injustificada", disse.
Em seu discurso, Mourão também afirmou que os partidos políticos e o Senado foram "omissos" em relação à cassação de Dallagnol. Para ele, a perda do mandato do deputado paranaense é uma "perseguição aos magistrados que desvendaram o maior caso de corrupção da história".
Ainda na opinião de Mourão, a cassação de Dallagnol "fere de morte a última esperança do povo na democracia, que é a sua representação política expressa nas urnas”.