Jornal Correio Braziliense
Investigação

Bolsonaro chega à PF para depor sobre fraude em cartões de vacina

Ex-presidente chegou no início da tarde desta terça-feira (16/5) à sede da Polícia Federal, em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal, em Brasília, por volta das 13h30 desta terça-feira (16/5), sobre o suposto envolvimento no esquema de inserção de dados falsos sobre a vacinação contra a covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. O retorno à PF se dá apenas 24 horas depois que sua defesa reconheceu que ele abriu uma conta no exterior, em dezembro de 2022, para onde transferiu cerca de R$ 600 mil.

O ex-presidente terá de se explicar sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel do Exército Mauro Cid — preso pela Venire e suspeito de ter feito a ponte entre os fraudadores para a inserção dos dados falsos sobre a vacinação —, e como permaneceu nos Estados Unidos sem estar imunizado contra a covid-19 — o que o governo norte-americano não permite. Os investigadores também vão questioná-lo sobre a aplicação de sua filha, Laura, de 11 anos, que aparece nos registros Sistema Único de Saúde (SUS).

Bolsonaro nega ter se vacinado. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro assegurou, também, que Laura não recebeu as doses contra a covid-19. No entanto, segundo a PF, no aplicativo ConecteSUS constam quatro comprovantes de vacinação: 1º) em 22 de dezembro de 2022, emitido às 8h; 2º) em 27 de dezembro de 2022, registrado às 14h19; 3º) de 30 de dezembro de 2022, às 12h02; e 4º) de 14 de março de 2023, às 8h15.

Em 3 de maio, a PF fez buscas na casa de Bolsonaro, em Brasília, na tentativa de encontrar provas de envolvimento do ex-presidente no esquema, e o celular dele foi apreendido. Seis pessoas foram presas, entre elas o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro durante o mandato como presidente da República.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro