O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está ansioso e triste com as condições de governabilidade da atual gestão. De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, auxiliares e ministros do petista dizem que o presidente tem se decepcionado com as diversas limitações que tem encontrado em seu terceiro mandato.
Os dois primeiros mandatos de Lula (2003 - 2006; e 2007 - 2010) foram marcados pela popularidade do petista e pelos avanços dos programas sociais, sua principal bandeira.
Vale destacar que da primeira à atual gestão, Lula enfrentou um desgaste de sua imagem com a ascensão do antipetismo motivado pela crise do Partido dos Trabalhadores, cuja imagem foi corroída pela Operação Lava Jato.
Nesses cinco meses de gestão, o petista encontra dificuldades para aprovar projetos do seu interesse - como é o caso dos novos decretos do Marco do Saneamento e a PL das Fake News - e enfrenta uma forte oposição.
Além disso, o governo ainda precisa aprovar o arcabouço fiscal, que visa estabelecer novas regras fiscais em substituição ao teto de gastos, aprovado na gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB), ao mesmo tempo, em que tenta melhorar a sua relação com o Congresso Nacional.
Conforme assessores próximos do petista, Lula vive em seu terceiro mandato um paradoxo: ele tem ambições maiores que nos mandatos anteriores, mas não pretende fazer tantas concessões para ter governabilidade.