Jornal Correio Braziliense
'LUTAS DE LULA'

Míriam Leitão sobre Lula: 'Deveria ter foco nas questões mais importantes'

Jornalista teceu críticas e elogios ao presidente Lula (PT) em sua coluna para o jornal O Globo, neste domingo (14/5)

A jornalista Míriam Leitão, em sua coluna deste domingo (14/5) para o jornal O Globo, teceu críticas aos recentes movimentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para ela, o petista agiu bem no início de mandato ao evitar um golpe de estado, mas agora precisa saber escolher suas “lutas” em vez de “atirar para todos os lados”.

“Seus primeiros atos para derrotar a conspiração foram rápidos e eficientes. Precisou acudir às urgên Correio Braziliense cias e, em algumas, têm se saído bem”, disse Míriam. Por outro lado, a jornalista destaca que a ideia de revogar a independência do Banco Central, as mudanças no marco do saneamento, e a reestatização da Eletrobras, são

derrotas certas para o governo e pode gerar desgastes.

“O presidente Lula assumiu o país em situação muito difícil, por isso não deve atirar para todos os lados ao mesmo tempo. Deveria ter foco nas questões mais importantes. A primeira é consolidar a democracia. Foi em nome dela que milhões, que não votariam nele, o fizeram desta vez”, continuou o texto, que recebeu o título de “As lutas de Lula. Que lutas lutar?”.

A jornalista reforçou que as possíveis derrotas de Lula não se devem a um Congresso de ideologia mais liberal e as pautas do presidente serem de esquerda. Ela lembra que muitos parlamentares votaram com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma série de medidas que são contrárias aos princípios liberais e de austeridade.

Ao ex-presidente e seus apoiadores também sobrou algumas críticas ao longo da coluna, exaltando a ação do petista nos atos antidemocráticos. “Lula foi perfeito no momento agudo. No dia 8 de janeiro, ele recusou a GLO que militares golpistas e os bolsonaristas queriam. Fez uma intervenção pontual e precisa na segurança pública do Distrito Federal”, ressaltou.

A ação do governo na crise Yanomami, e a atuação de Silvio Almeida (ministro dos Direitos Humanos), Flávio Dino (ministro da Justiça), e Nísia Trindade (ministra da Saúde), também foram pontos de elogio. Já a possível indicação de Cristiano Zanin para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) também foi ponto de crítica.