O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reconheceu nesta quarta-feira (10/5) que o governo federal cometeu erros na articulação política com parlamentares, o que levou à derrota na votação dos decretos que vetavam trechos do Marco Legal do Saneamento. Em sua avaliação, o desencontro foi influenciado pela demora em realizar uma reunião de líderes antes que o tema fosse apreciado, e pela liberação das emendas parlamentares, que não ocorreu da forma esperada pelos deputados federais.
"Acho que nós temos que reconhecer um erro nosso. Eu tinha pedido duas ou três vezes que nós fizéssemos antecipadamente uma reunião com os líderes para apresentar o decreto [do Marco do Saneamento]. E, pelo excesso de trabalho, essa reunião, e pela agenda dos parlamentares, nós não conseguimos fazer essa reunião com antecedência", explicou o ministro em entrevista à Globonews.
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Segundo ele, o governo tenta corrigir a articulação em torno do Marco com o Senado, que também votará os vetos da Câmara ao decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para alterar alguns pontos da regulamentação. Rui também comentou que o Executivo não liberou emendas parlamentares à maneira como os deputados queriam.
"Eu diria que não foram empenhadas as emendas no prazo e na expectativa que os parlamentares tinham. Mas as coisas estão sendo azeitadas", enfatizou.
Reuniões com partidos aliados
O governo sofreu uma derrota na semana passada, quando a Câmara aprovou projeto para suspender os decretos de Lula que alteravam o marco. Mesmo partidos da base aliada, como PSB, MDB, PSD e União Brasil, votaram contra o governo em peso.
A derrota fez com que o Executivo repensasse a articulação com o Parlamento, já que depende das Casas para aprovar medidas essenciais, como o arcabouço fiscal e a reforma tributária. Hoje, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reuniu-se com lideranças e ministros do PSB, incluindo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, para rearranjar a articulação. O mesmo será feito nos próximos dias com as demais legendas da base que votaram contra o decreto.