Integrantes do Executivo e da base governista no Congresso reagiram nesta terça-feira (9/5) ao disparo em massa feito pelo Telegram de mensagem contra o PL das Fake News, que aguarda votação na Câmara. Os governistas criticaram a gigante da tecnologia e defenderam que a empresa tenta interferir no processo democrático e que divulga desinformação. Eles prometeram ainda tomar medidas legais contra a ação.
"Inacreditável! Telegram desrespeita as leis brasileiras e utiliza sua plataforma para fazer publicidade mentirosa contra o PL 2.630. As medidas legais serão tomadas. Empresa estrangeira nenhuma é maior que a soberania do nosso país", escreveu o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, em sua conta no Twitter.
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Na tarde de hoje, o Telegram disparou em massa uma mensagem a seus usuários alegando que "a democracia está sob ataque" e que o projeto irá "acabar com a liberdade de expressão". O aplicativo não disponibiliza quantos usuários tem no país.
A ação é o mais recente ataque de gigantes da tecnologia ao projeto que está sendo debatido no Parlamento. Empresas tentam influenciar tanto o Parlamento quanto a opinião pública, divulgando em suas plataformas informações contra a proposta.
Abuso de poder
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também se manifestou. "As plataformas seguem usando seu alcance para agir contra o interesse público. Hoje, o Telegram nos brindou com uma clara tentativa de interferir no debate democrático e evidente demonstração de abuso de poder. Esses abusos deixam escancarado por que a regulação é necessária!", declarou o senador.
"Se o PL não for aprovado, ambientes como esse continuarão sendo utilizados para planejar assassinatos de crianças e professores em escolas", disse, por sua vez, o deputado federal André Janones (Avante-MG).
A Polícia Federal investiga grupos nazistas que usam o Telegram para disseminar ameaças e até organizar ataques a escolas no Brasil. A plataforma chegou a ser suspensa por dois dias no Brasil por se recusar a fornecer à PF dados dos integrantes desses grupos.