Política fiscal

Simone Tebet diz que Galípolo será 'a voz do Brasil no BC'

Ao chegar ao Senado, nesta terça (9/5), para participar de comissão, a ministra do Planejamento defendeu que Congresso resguarde a "espinha dorsal" do arcabouço fiscal

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou, ao chegar ao Senado na manhã desta terça-feira (9/5), que a indicação de Gabriel Galípolo para diretor de Política Monetária do Banco Central (BC) foi uma “boa escolha” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para ela, o escolhido pode ser “a voz do Brasil no BC”.

“Acho que foi uma boa escolha do ministro Haddad. O secretário-executivo Galípolo, embora esteja há pouco tempo aqui em Brasília, rapidamente se ambientou, tem amplo diálogo com os presidentes da Câmara e do Senado, com senadores e deputados, dialoga bem com a classe política e com o Banco Central, além de boa relação com o presidente do BC, Roberto Campos, experiência, competência e capacidade”, elogiou.

“Ele tem tudo para ser a voz do Brasil dentro do BC. Uma voz não divergente, mas uma voz lúcida, trazendo elementos novos para um debate que tem que ter uma visão real do Brasil”, completou.

Tebet destacou que o país tem um social muito grande. “O Brasil hoje está empobrecido, tem deficit fiscal, sim, mas tem, muito maior do que isso, um deficit social muito grande com a sociedade brasileira. Todas as expectativas que nós temos é de melhora no cenários macro econômicos, a inflação está em queda.”

Piso de enfermagem e estatais

A ministra comentou, ainda, sobre a exclusão do piso de enfermagem e de investimentos em estatais do limite de gastos do arcabouço fiscal enviado ao Congresso.

“O governo apresentou o seu projeto de arcabouço ideal para o Congresso Nacional. Ciente que numa democracia o Congresso tem não só a autoridade, mas a legitimidade de fazer as alterações que entender necessárias, dentro do escopo de se preservar a espinha dorsal do arcabouço”, argumentou ela.

Segundo Tebet, o debate tem sido feito em diversas frentes, com a própria, o ministro Fernando Haddad e o relator, o deputado Claudio Cajado (PP-BA).

“Então, tudo que ele tem apresentado como sugestão tem passado pelo corpo técnico, tanto da Fazenda quanto do Orçamento e Planejamento. Esses pontos também foram pontos divergentes dentro equipe econômica”, afirmou. “Nós chegamos a discutir se incluímos ou não incluímos o piso de enfermagem dentro dos limites dos gastos para fins de não excepcionalizar, a mesma coisa em relação às estatais não dependentes.”

Tebet seguiu defendendo aquilo que considera a “espinha dorsal” do novo regime fiscal, “que são os parâmetros, o objetivo principal de termos metas fiscais e controlarmos a médio prazo o crescimento da dívida em relação ao PIB. Eu acredito que vai ser acatado pelo governo federal”.