Embraer

Em São Paulo, Lula inaugura linha de produção de caças Gripen

Contrato com a sueca Saab prevê a produção de 36 aeronaves. A previsão é de que o último caça seja entregue em 2027

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, na manhã desta terça-feira (9/5), da inauguração da linha de produção do caça Gripen, na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto, São Paulo. Segundo o Planalto, na fábrica da Embraer, 15 das 36 unidades do caça serão produzidas por engenheiros e técnicos brasileiros que passaram por treinamentos teóricos e práticos na sede da empresa sueca Saab, em Linköping. A previsão é de que o último caça seja entregue em 2027. O reequipamento da aviação de caça da FAB é um dos principais projetos do Ministério da Defesa. Inicialmente, o projeto é de US$ 3,77 bilhões (R$ 20 bilhões). Na ocasião, Lula não discursou.

O ministro da Defesa, José Múcio, caracterizou que a parceria é um projeto estratégico fundamental para a defesa do Brasil e que a inauguração da linha de produção da aeronave em solo nacional é uma capacidade que "poucos países no mundo possuem".

"Muito mais do que a evolução nos meios de defesa aéreo, o caça Gripen permite ao país um aumento significativo de sua capacidade operativa de aquisição de alvos de eficiência podendo atuar ao longo alcance em conjunto com outras estrelas da Embraer, o KC-390, por meio da capacidade de reabastecimento em voo. Essa parceria estabeleceu ao Brasil a necessária transferência de tecnologia de ponta permitindo hoje a inauguração de uma linha de produção da aeronave em solo nacional. Destaco que poucos países no mundo possuem essa capacidade".

"É com satisfação que o Ministério da Defesa testemunha a evolução de atividades por meio de emprego e capacitação na FAB. A Marinha, Exército e Aeronáutica estão unidos e trabalham conjuntamente para o desenvolvimento das variadas ações empreendidas pela defesa, além de participarem ativamente dos processo de desenvolvimento científico tecnológico e do apoio à população brasileira", emendou.

Múcio destacou ainda que a aquisição dos caças Gripen trazem para a Força Aérea Brasileira (FAB) e para o Brasil "a aquisição de novos horizontes na capacidade de prover a defesa aérea compatível com dimensões continentais do país", além de fortalecer a indústria nacional.

"A transferência de tecnologia e capacidade de produção nos permite autossuficiência em delicadas fases do processo produtivo elevando o Brasil a patamares cada vez mais amplos no desenvolvimento tecnológico para a defesa nacional. Com isso, fortalecemos a Força Aérea, a indústria nacional e o Brasil. A parceria entre as duas empresas representa alinhamento estratégicos e laços de amizade e respeito entre o Brasil e a Suécia concretizados nessa aeronave militar de alto desempenho".

Por fim, o ministro destacou trabalhar com uma Força Aérea "cada vez mais compatível com a estrutura político estratégica" e cobrou investimento contínuo do governo nas Forças.

"Todos estamos trabalhando com uma Força Aérea cada vez mais compatível com a estrutura político estratégica do país, que tenha plena capacidade operacional, salve vidas e continue a participar da consolidação de uma nação democrática, forte, dinâmica, solidária e soberana. Contamos com uma base industrial sólida e com grande capacidade de renovação. Contamos também com a determinação do Estado de continuar investindo fortemente nos setores estratégicos, atraindo cada vez mais investimentos da nossa iniciativa privada. Como consequência, podemos perceber a elevada confiança depositada pelo povo brasileiro nas asas que protegem o país", concluiu.

Já o Comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, ressaltou que o momento marcou "uma nova fase na indústria aeronáutica".

"Este evento celebra o início da produção dos caça Gripen em terras brasileiras. A Embraer tornou-se responsável pela montagem dos caças e, assim, é primeira fábrica de caças super sônico da América Latina. Esta fecunda parceria posiciona a FAB em novo patamar tecnológico", acrescentou, ao dizer também ser possível ao Brasil "tornar-se um hub de exportação de caças supersônicos para outros países". 

Quatro dos aviões já estão operacionais na Base Aérea de Anápolis (GO) e outros dois chegaram ao país na sexta-feira da semana passada.  

Vinicius Doria/CB/DA.Press -
Vinicius Doria/CB/DA.Press -
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SAAB / Divulgação -

O caça F-39 Gripen foi escolhido pelo programa FX-2, numa concorrência concluída na gestão da presidente Dilma Rousseff, em 2013. 

"O contrato beneficia toda a base industrial de Defesa e proporciona a renovação da frota dos caças que vão manter a soberania e segurança dos céus do país pelas próximas décadas, ao mesmo tempo em que permite que a Aeronáutica tenha plenas condições operacionais para desempenhar seu papel", afirmou o Planalto. 

O evento "reforça o compromisso do governo com a reequipagem das forças de Defesa e simboliza o início da produção oficial em solo nacional de um dos maiores programas de transferência de tecnologia da história do país, além de ser o maior já feito pela empresa sueca Saab para outra nação", completou.

Histórico

O Programa Gripen Brasileiro teve início em 2013, quando a Saab venceu a concorrência do Programa F-X2, destinada à substituição da frota de aeronaves de caça da Força Aérea Brasileira (FAB). O contrato para o desenvolvimento e a produção de 36 aeronaves foi firmado em outubro de 2014.

A produção do Gripen também impacta a indústria de defesa nacional, envolvida no processo de desenvolvimento de estruturas, sistemas, aviônicos, produção, ensaios em voo e capacitação para apoiar, manter e modernizar essa frota pelas próximas décadas.

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