Mesmo com a viagem dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aos Estados Unidos — o que deve inviabilizar votações importantes no Congresso —, a movimentação nos bastidores é intensa. O governo tenta reorganizar sua base, após uma série de derrotas, preparando para a apreciação, a partir da semana que vem, do novo arcabouço fiscal e do PL das Fake News, entre outras pautas estratégicas.
Lira e Pacheco participam, hoje, de um fórum organizado pelo Lide, grupo de líderes empresariais, em Nova York. O evento trata especialmente de investimentos, com a presença de 250 empresários brasileiros. Outros parlamentares acompanham os presidentes das Casas, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e os deputados André Fufuca (PP-MA), Odair Cunha (PT-MG), Danilo Forte (União-PE) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL).
Enquanto Lira e Pacheco estão fora, o relator do arcabouço fiscal na Câmara, Cláudio Cajado (PP-BA), prepara seu parecer sobre a matéria, que pode ser apresentado ainda nesta semana.
Em entrevista ao jornal O Globo, o parlamentar disse que a votação do pedido de urgência para o projeto deve ocorrer na terça-feira. A data coincide com a volta de Lira ao Brasil e, segundo o relator, foi sinalizada pelo presidente da Câmara.
Aprovada a urgência, o texto pode ser apreciado direto pelo plenário, sem passar pelas comissões. Entre os parlamentares, porém, a expectativa é de que a apreciação da matéria ocorra apenas no fim do mês, ou em junho, caso as comissões parlamentares de inquérito atrasem a pauta legislativa.
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Em coletiva de imprensa, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, explicou, ontem, que quer se reunir com Cajado e integrantes da Fazenda antes que o parecer seja entregue ao Congresso. "Esta semana, devemos ter a proposta entregue, e trabalharmos para votarmos, na próxima semana, a nova regra fiscal do país na Câmara dos Deputados", frisou o ministro.
Em outra frente, é aguardada para esta semana a instauração da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) com o objetivo de investigar os ataques golpistas de 8 de janeiro. Base governista e oposição ainda têm de definir os integrantes do colegiado. A previsão é que a composição seja oficializada apenas na semana que vem, assim como as CPIs das ONGs e do MST. (TM e VC)