A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o Brasil deve intensificar a vacinação contra a Covid-19, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar o fim da emergência sanitária de importância internacional em razão da estabilização de óbitos e novas infecções no mundo. Nísia lembrou que a doença avança principalmente em pessoas que não foram imunizadas e que podem surgir novas variantes do vírus.
Sem citar nomes, a ministra criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com ela, "muitas vidas poderiam ter sido salvas" se as medidas sanitárias corretas tivessem sido tomadas durante a disseminação da doença no Brasil. As declarações ocorreram em pronunciamento transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão.
"Depois de termos passado por um período tão doloroso, nosso país recebe essa notícia com esperança. Ainda vamos conviver com a Covid-19, com suas variantes e mutações. Mas temos, há mais de um ano, a prevalência da variante Omicron", disse Nísia.
A ministra da Saúde destacou que o cenário atual permite o funcionamento da sociedade sem restrições. "Mas temos um cenário de estabilidade de óbitos e internações, em razão da vacinação. As infecções pelo vírus vão continuar. É hora de intensificar a vacinação. As hospitalizações e óbitos pela covid ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as vacinas recomendadas... Essa é a forma mais segura de proteger nossa população", disse.
A titular da pasta lembrou que o Brasil registrou 700 mil mortes em razão da pandemia, uma das maiores taxas do mundo. "O pior impacto foi a perda de tantas vidas e saber que muitas poderiam ter sido salvas. Infelizmente, no Brasil, perdemos mais de 700 mil pessoas. 2,7% da população mundial vivem em nosso país, mas tivemos 11% do total de mortes! Outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência. Se fossem seguidas e cumpridas as obrigações do governante de proteger a população do país", disse.
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Ela agradeceu profissionais de saúde, gestores e cientistas que atuaram no período. "Mesmo com todos os desmontes da ciência e tecnologia, nossas universidades não mediram esforços na busca de soluções. Devemos agradecer também aos governadores e prefeitos que não se renderam ao negacionismo", disse.
Na sexta-feira (5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da emergência sanitária de importância internacional em razão da disseminação do coronavírus no mundo. Não cabe à entidade declarar o fim da pandemia, mas a mudança de status representa um importante avanço na redução de casos, em razão do nível de imunização obtido pela humanidade com a aplicação de vacinas, assim como a adoção de medidas sanitárias, como uso de máscaras e higienização das mãos.
"Com grande esperança, declaro a Covid-19 encerrada como uma emergência de saúde global", afirmou o diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus. A Covid continua sendo considerada uma pandemia, ou seja, que ainda está presente em todos os continentes, assim como o HIV, mas com possibilidade de tratamento e outras medidas.