Londres — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, neste sábado (06/05), a prisão do jornalista e ativista australiano Julian Assange, que está detido em uma penitenciária de segurança máxima na cidade de Belmarsh, na Inglaterra. Para o líder brasileiro, que esteve com o primeiro-ministro, Rishi Sunak, e participou da coroação do rei Charles III, “é uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra outro esteja preso, condenado a morrer em uma cadeia”. Assange é fundador do Wikileaks.
“O cara (Assange) não denunciou nada vulgar. O cara denunciou que um Estado vigiava outros. E isso virou crime contra o jornalista?”, indagou o chefe do Executivo brasileiro, que disse ter se esquecido de falar sobre esse assunto com Sunak. “Mas assim que chegar ao Brasil vou telefonar para o primeiro-ministro”, prometeu. Não é de agora que Lula defende a liberação do jornalista, preso desde 2019, depois de passar sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres.
- Equipe de Lula submete jornalistas a uma rigorosa revista para evitar "infiltrados"
- Para Lula, "aquele cidadão do BC não tem compromisso com o país, mas com o outro governo"
Foi por meio dos vazamentos de papéis secretos das Forças Armadas dos Estados Unidos que o governo brasileiro ficou sabendo que a então presidente Dilma Rousseff e vários integrantes da gestão dela haviam sido grampeados pelos norte-americanos. No total, 29 telefones da equipe da petistas foram monitorados.
No entender de Lula, a mídia mundial precisa ter uma postura combativa no caso de Assange. “A imprensa não se mexe na defesa desse jornalista. Não entendo”, ressaltou. O governo dos Estados Unidos vem tentando a extradição dele há anos. Em junho passado, a então ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, aprovou a remoção de Assange para uma prisão norte-americana.