O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (2/5), que está disposto a auxiliar a Argentina e encontrar um meio de linhas de crédito para o país que enfrenta crise severa em meio à seca, desvalorização da moeda local e a falta de dólares no Banco Central do país.
"Do ponto de vista politico, me comprometi que vou fazer todo e qualquer sacrifício para que possamos ajudar a Argentina nesse momento difícil", afirmou Lula durante coletiva a jornalistas no Palácio da Alvorada, após reunião com o líder argentino.
O petista relatou ainda estar solidário e disposto a conversar com empresários."Eu e meu governo estamos solidários à luta que o governo argentino, do nosso amigo Alberto Fernández, faz com relação à situação econômica dentro da Argentina, agravada por uma seca que causou muito prejuízo às exportações", emendou.
- Presidente da Argentina virá ao Brasil para se reunir com Lula
- Lula conversa com Fernández sobre Unasul e relações entre Brasil e Argentina
"Precisamos ajudar os empresários brasileiros que exportam para a Argentina e financiar as exportações brasileiras, como a China faz com os produtos chineses. Estamos discutindo uma forma para que nossos exportadores continuem com suas empresas vendendo para a Argentina".
"O Brasil tem compromisso com o Mercosul e com a Argentina. Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para tentar resolver problemas econômicos, para fazer com que a Argentina volte a ser uma economia próspera na nossa querida América do Sul", continuou.
Lula prometeu conversar com membros dos Brics (Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul), banco presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff, para ajudar a Argentina e relatou também ter pedido ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que converse com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para "tirar a faca do pescoço" do país vizinho.
"Para tirar a faca do pescoço da Argentina. O FMI sabe como a Argentina se endividou, sabe para quem emprestou o dinheiro, portanto não pode ficar pressionando um país que só quer crescer, só quer gerar emprego e melhorar a vida do povo", disse o presidente.
"Sem dinheiro"
O presidente brasileiro brincou que Fernández voltará à Argentina "sem dinheiro", mas que o Brasil está disposto em ajudar o país vizinho.
"O Alberto Fernández é um companheiro que chegou aqui muito apreensivo, e eu acho que ele vai voltar mais tranquilo. É verdade [que] sem dinheiro, mas com muita disposição política porque, quando a gente fala em encontrar uma saída para a Argentina, nós estamos falando da América do Sul, estamos falando do Mercosul e estamos falando do mais importante parceiro comercial do Brasil em toda a América do Sul".
No último dia 27, ambos conversaram por telefone sobre a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e o aprofundamento bilateral de comércio entre os países.
Saída da disputa eleitoral
O líder argentino anunciou no dia 21 que não se candidatará à reeleição nas eleições gerais de outubro. "No próximo dia 10 de dezembro de 2023 é o dia exato em que comemoramos 40 anos de democracia. Nesse dia entregarei a faixa presidencial a quem for legitimamente eleito nas urnas pelo voto popular. Trabalharei energicamente para que seja alguém que represente o nosso espaço político", disse Fernández em um vídeo postado no Twitter.