O governador do Goiás, Ronaldo Caiado (União), declarou nesta quarta-feira (31/5) que o MST tem ligação com o tráfico de drogas, que o movimento "não existe" por não ter CNPJ e ainda frisou que não há invasões de terra no estado. Caiado foi ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o movimento rural.
O governador foi ouvido após requerimento do deputado Gustavo Gayer (PL-GO). "As pessoas que faziam tráfico de drogas se resguardavam nesses acampamentos, para levar adiante o tráfico", declarou o governador, antes de ser interrompido por parlamentares governistas. Em outro momento, ele disse que operações da polícia em acampamentos apreenderam drogas.
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Caiado afirmou ainda que o MST promove "doutrinação marxista", e declarou que todos os assentamentos em Goiás foram "alforriados", e que não há invasões do MST no estado atualmente. Questionado por Gayer sobre o custo das ocupações para o estado, Caiado respondeu que 19 ocupações custaram em torno de R$ 500 milhões com horas extras e equipamentos.
Governistas rebateram
A sessão da CPI é marcada por confusões e bate-bocas entre a oposição e a base governista. As deputadas Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Talíria Petrone (Psol-RJ) rebateram as falas de Caiado, enfatizando que o governador estava criminalizando o MST sem provas. Elas foram interrompidas pela oposição, e Sâmia teve novamente o microfone cortado pelo presidente do colegiado, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS).
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), também criticou as falas de Caiado. "A reforma agrária é capitalista, ela nasce com o advento da revolução francesa. Vários países da Europa já fizeram, e não são socialistas", disse a parlamentar. "Quando vocês chamam os integrantes do MST de criminosos, vocês estão atingindo 450 mil famílias que trabalham de sol a sol", acrescentou.
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