O jornalista e escritor Xico Sá disse, em tom de ironia, ao deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) que espera que o seu depoimento à Polícia Federal (PF), previsto para a sexta-feira (2/6), não seja julgado por um juiz que combine "sentença". A fala do jornalista é uma referência a atuação do ex-juiz federal, atualmente senador, Sergio Moro e de Dallagnol, ex-procurador da Operação Lava-Jato, durante a operação.
Na ocasião, Dallagnol declarou que ficou sabendo que havia sido intimado apenas pela imprensa. Conforme a PF informou à CNN, Dallagnol deve depor como investigado por falas que colocam em xeque a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar seu mandato com base na Lei da Ficha Limpa.
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O deputado cassado chegou a acusar o ministro Benedito Gonçalves de votar pela sua inelegibilidade em troca de uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF)
"Descobri que fui intimado a dar depoimento na condição de investigado pela imprensa. Pior, descobri também a razão da investigação pela imprensa, porque não tive acesso aos autos e não sei qual o juízo que deu a decisão. Pior ainda, ao que tudo indica, trata-se de uma investigação sobre críticas a decisões de um ministro, o que é protegido pela imunidade parlamentar garantida pela Constituição", declarou Dallagnol.
Ao comentar a declaração de Dallagnol, Xico Sá debochou do ex-procurador da Operação Lava-Jato. "Acho q o sr. está falando dos métodos lavajatistas. Tomara, em nome da Lei e do amplo direito de defesa, que o juiz do seu caso jamais combine a sentença com o procurador", disse.
Descobri que fui intimado a dar depoimento na condição de investigado pela imprensa. Pior, descobri também a razão da investigação pela imprensa, porque não tive acesso aos autos e não sei qual o juízo que deu a decisão. Pior ainda, ao que tudo indica, trata-se de uma… https://t.co/QC3MNZN5px
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) May 31, 2023
A fala do parlamentar remete a suposta atuação conjunta de Moro e Dallagnol na Operação Lava-Jato. Em 2019, o site The Intercept Brasil divulgou uma série de mensagens trocadas, por meio do aplicativo Telegram, entre eles, sobre procedimentos e decisões em processos, incluindo os que levaram à condenação do presidente Lula.
A conduta seria "irregular", uma vez que viola o princípio da parcialidade. Na época, Dallagnol e Moro negaram qualquer irregularidade.
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