O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) transferiu sua agenda nesta quarta-feira (31/5) para o Palácio do Alvorada, onde convocou uma reunião de emergência pela manhã, para discutir com líderes e aliados sobre a crise em torno da Medida Provisória (MP) que originou a reestruturação da Esplanada dos Ministérios. Com a pressão do presidente da Câmara, deputado Arhtur Lira (PP-AL), o governo identifica a possibilidade de o texto, que perde sua validade nesta quinta-feira (1º/6), não ser aprovado a tempo, o que levaria a uma paralisia do governo.
A derrota implicaria a retomada do desenho de ministérios em vigor durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que já começaria a valer no dia seguinte. A medida, primeira publicada após a posse do presidente em 1º de janeiro, desenhou uma Esplanada com 37 pastas. Entre as mudanças que deixariam de valer, sem a aprovação da MP, está o reagrupamento no Ministério da Econômia de Bolsonaro, com quatro ministérios atuais, a Fazenda, de Fernando Haddad; o Planejamento e Orçamento, de Simone Tebbet; a Gestão e Inovação dos Serviços Públicos, de Esther Dweck; e o Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, comandado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin.
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Perdendo ministérios chaves que formam o núcleo do governo, interlocutores temem por uma paralisia do processo até que o impasse com o Congresso consiga se resolver. Mesmo que a aprovação da MP aconteça na Câmara e no Senado até amanhã, o governo já amargou algumas derrotas com o esvaziamento dos ministérios dos Povos Indígenas, comandado por Sonia Guajajara, e do Meio Ambiente e Mudança Climática, de Marina Silva, que perderam o controle e a atribuições de diversas áreas correlatas, de acordo com o texto apresentado pelo relator da MP, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), e aprovado na comissão especial que discute o tema.
Apesar de o presidente ter minimizado a crise na semana passada, dizendo que às vezes “acorda com notícias parecendo que o mundo acabou”, mas que isso faz parte da política, o próprio Lula é quem deve assumir a frente de conversas com as bancadas do Congresso que compõem o governo para negociar a fidelidade desses partidos com os projetos do Executivo.
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