Na terça-feira (30/5), a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) do Marco Temporal, que estabelece a data da promulgação da Constituição Federal de 1988 como limite para a demarcação de terras indígenas, Projeto de Lei foi articulado por ruralistas e deputados do Centrão.
A votação surpreendeu pelo fato de que alguns partidos da base do governo votaram a favor enquanto um dos votos do PL, um dos partidos de oposição ao governo, foi contra, sendo o deputado Antonio Carlos Rodrigues, eleito por São Paulo, o dono do voto.
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Em entrevista ao jornal O Globo, o deputado justificou o voto contra o projeto e afirmou ter sido liberado pelo PL para votar como quisesse. "Eu sou o único do PL que tem ascendência indígena, a minha bisavó nasceu em Itapecerica da Serra (SP) e era índia. Não preciso falar mais nada", afirmou. "Fui liberado porque eu tenho ascendência de índio, jamais iria votar contra minha origem", destacou também.
Quem é o deputado?
Natural de São Paulo, Antonio é um advogado e empresário e teve participações no governo brasileiro em vários cargos durante os anos 80, 90 e começo dos anos 2000.
Em 2001, se elegeu vereador de São Paulo cumprindo quatro mandatos e foi presidente da Câmara de Vereadores entre 2007 e 2010. Além disso, foi senador entre 2012 e 2014.
No segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, foi escolhido como ministro dos Transportes e ficou no cargo entre 2012 e 2014. Já em 2022, foi eleito por São Paulo como deputado federal.
Em seu site oficial, Antonio indica ainda que as áreas consideradas como "bandeiras" por ele são: Transporte, Meio Ambiente, Trânsito e Social.
Segundo o site da Câmara dos Deputados, desde que começou o mandato, Antonio tem 108 propostas legislativas de autoria dele e duas delas foram relatadas. Já votou 53 vezes em plenário e discursou em três ocasiões.
Votação do Marco Temporal
A votação do Marco Temporal na noite de terça (30/5) teve, no total, 283 votos a favor e 155 votos contra.
Os principais destaques de voto foram os dos partidos PSD, União e MDB, que fazem parte da base do governo, mas que votaram a favor da proposta.
Além disso, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro contou com 82 deputados votando sim enquanto o Partido dos Trabalhadores, sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 65 parlamentares disseram não ao Marco Temporal.
As legendas que também foram contrários à aprovação foram o PDT, PCdoB, PSB, Psol e PV.
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