Após quase três horas, os ex-integrantes do Movimento Trabalhadores Sem Terra (MST) Nelcilene Reis e Ivan Xavier, convidados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as ações do movimento social, se retiraram em meio aos protestos de deputados da base governista que não puderam fazer perguntas.
Boa parte das falas durante o tempo em que os convidados estiveram na comissão foram os de oposição e contrários ao MST. A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) chamou atenção para este fato.
“Foi constrangedora a cena que vimos aqui agora: a Mesa dos Trabalhos induzindo os depoentes a sair do plenário, justamente quando nós começamos a fazer as perguntas e a inquirir os convidados, como foi colocado aqui. Isso só tem uma palavra para definir: medo. Medo da contradição que os depoentes iam cair e das mentiras que eles falaram nesta mesa”, criticou a presidente do PT.
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Gleisi destacou que Nelcilene ocupa a presidência e Ivan a vice-presidência da Associação dos Produtores da Rota do Cavalo, portanto seriam dirigentes deste acampamento.
“Ficaram na direção depois que expulsaram o MST. Não existe mais o mercadinho do MST, agora existe o comércio, a mercearia ou o bar da senhora Nelcilene e do seu Ivan, eles exploram o comércio lá, ganham dinheiro com isso. Outra mentira foi que ela disse que não era cobrada nenhuma taxa, depois voltou atrás", listou Gleisi.
“A outra mentira que eles também contaram e que não tem nenhum processo judicial. Seu Ivan tem um processo judicial sim e foi condenado, em outubro de 2022, pelo crime de ameaça, com pena de dois meses de detenção e multa por ter ameaçado João Alves da Silva com um faca, um dos acampados”, completou.
Para a deputada, o colegiado está determinado a criminalizar o MST e a reforma agrária. “Vocês quiseram retirar as testemunhas, que na verdade são convidados, na hora que iriamos fazer as perguntas e que iam aparecer as contradições. Porque os senhores querem apenas as versões dos senhores, não estão querendo investigar. Os senhores já estão determinados a criminalizar o movimento, a reforma agraria”, pontuou ela.
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