Em seu discurso durante a cúpula de líderes da América do Sul, que acontece em Brasília nesta terça-feira (30/5), o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, rejeitou a retomada de instituições de integração regional como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), fórum criado em 2008 no auge dos governos de esquerda latino-americanos, e fez críticas à declarações do governo brasileiro. “Precisamos parar com essa tendência de criar organizações, vamos à ação”, declarou.
A volta da Unasul foi um dos temas defendidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu discurso na abertura do evento, que acontece no Palácio do Itamaraty. Ontem (29), após encontro bilateral com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o petista chegou a dizer que o país é uma "democracia" e é alvo de "narrativa política".
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“Fiquei surpreendido quando falou que o que acontece na Venezuela é uma narrativa. Vocês já sabem o que nós pensamos com respeito à Venezuela e ao governo da Venezuela”, disse Lacalle Pou, em referência às declarações de Lula.
“Ora, se há tantos grupos no mundo que estão tratando de mediar para que a democracia seja plena na Venezuela, para que se respeitem os direitos humanos, para que não haja presos políticos, o pior que podemos fazer é tapar o sol com a mão”, emendou o presidente uruguaio, que enfatizou a importância do debate para a democracia, direitos humanos e proteção das instituições.
Cúpula
A cúpula dos líderes da América do Sul está sendo retomada após oito anos, o convite para a reunião foi feito por Lula busca retomar a cooperação entre as nações vizinhas. Participam do encontro o presidente da Argentina, Alberto Fernandéz; da Bolívia, Luís Arce, da Bolívia; do Chile, Gabriel Boric; da Colômbia, Gustavo Petro; do Equador, Guillermo Lasso; da Guiana, Irfaan Ali; do Paraguai, Mário Abdo Benítez; do Suriname, Chan Santokhi; do Uruguai, Luís Lacalle Pou; e da Venezuela, Nicolás Maduro.
Apenas a presidente do Peru, Dina Boluarte, não compareceu ao encontro devido à crise institucional e política vivida pelo país, que está sendo representado pelo presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola.
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