Em discurso de abertura da Cúpula de líderes da América do Sul, nesta terça-feira (30/5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a vontade de retomar instrumentos de integração regional entre os países vizinhos e citou como a polarização dividiu o continente nos últimos anos.
“Deixamos que as ideologias nos dividissem e interrompessem o esforço da integração. Abandonamos canais de diálogo e mecanismos de cooperação e, com isso, todos perdemos”, declarou.
“Por mais de 10 anos, a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) permitiu que nos conhecêssemos melhor. Consolidamos nossos laços por meio de amplo diálogo político que acomodava diferenças e permitia identificar denominadores comuns. Implementamos iniciativas de cooperação em áreas como saúde, infraestrutura e defesa. Essa integração também contribuiu para ganhos comerciais importantes”, destacou.
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Lula citou diversos pontos que devem ser tratados durante o encontro, entre eles, estão colocar a poupança regional a serviço do desenvolvimento econômico e social, por meio de bancos públicos; a criação de uma unidade de referência comum para o comércio; um mercado sul-americano de energia; a criação de um programa de mobilidade regional; a cooperação na área de defesa, entre outros.
O presidente afirmou que, com base nas decisões tomadas hoje, o grupo terá 120 dias para apresentar um mapa do caminho para a integração da América do Sul. “Enquanto estivermos desunidos, não faremos da América do Sul um continente desenvolvido em todo o seu potencial. A integração deve ser objetivo permanente de todos nós. Precisamos deixar raízes fortes para as próximas gerações. Permitir que as divergências se imponham teria um custo elevado, além de desperdiçar o muito que já construímos conjuntamente”, afirmou.
O encontro
A cúpula dos líderes da América do Sul está sendo retomada após oito anos. O convite para a reunião foi feito por Lula busca retomar a cooperação entre as nações vizinhas. Participam do encontro o presidente da Argentina, Alberto Fernandéz; Luís Arce, da Bolívia; do Chile, Gabriel Boric; da Colômbia, Gustavo Petro; do Equador, Guillermo Lasso; da Guiana, Irfaan Ali; do Paraguai, Mário Abdo Benítez; do Suriname, Chan Santokhi; do Uruguai, Luís Lacalle Pou; e da Venezuela, Nicolás Maduro.
Apenas a presidente do Peru, Dina Boluarte, não compareceu ao encontro, em razão da crise institucional e política vivida no país, que está sendo representado pelo presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola.
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