Diplomacia

Brasil fará novos cálculos para saber quanto a Venezuela deve

Depois de reunião com presidente Nicolás Maduro, ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirma que grupo de trabalho levantará o valor do passivo. Segundo o BNDES, foi investido no país vizinho R$ 1,27 bilhão. Caracas pode amortizar dívida com fornecimento de energia a Roraima

Rafaela Gonçalves
postado em 30/05/2023 03:55
 (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
(crédito: Ricardo Stuckert/PR)

Depois do encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a equipe econômica do governo criará um grupo de trabalho para "consolidar" e "reprogramar" a dívida junto ao Brasil. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou para investimento no país vizinho aproximadamente R$ 1,27 bilhão.

A reunião privada aconteceu no Palácio do Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros integrantes do governo. Haddad destacou que será constituído um grupo de trabalho para consolidar a dívida da Venezuela frente ao Brasil e que, a partir desses cálculos, será aplicada uma reprogramação do pagamento. A iniciativa foi confirmada por Maduro.

"Uma comissão para estabelecer esse tamanho e retomar os pagamentos. A comissão vai estabelecer a verdade", disse o presidente venezuelano, em rápida conversa com jornalistas no Palácio do Itamaraty, após almoço oferecido por Lula.

Para amortizar a dívida, o governo estuda voltar a comprar energia do país vizinho para abastecer Roraima por meio do linhão de Guri e utilizar os valores para abater a dívida com o Brasil. "Queremos recuperar nossa relação energética com a Venezuela. Aquele linhão de Guri tem que ser colocado em funcionamento. Não se justifica Roraima ser o único estado fora da matriz energética brasileira, funcionando na base da termelétrica", lamentou.

A dívida junto ao Brasil totalizava, até ontem, cerca de US$ 1,27 bilhão, no que se refere ao inadimplemento em exportações brasileiras de bens e serviços que contrataram o Seguro de Crédito à Exportação, lastreado no Fundo de Garantia à Exportação. Desse valor, US$ 1,095 bilhão refere-se a valores já indenizados pelo FGE; e US$ 53,987 milhões são relativos a indenizações a serem pagas pelo FGE. (Com Agência Estado)

 


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