Território indígena

DPU pede rejeição total de projeto do marco temporal em terras indígenas

Câmara dos Deputados aprovou regime de tramitação de urgência do texto, que pode ser votado nesta terça (30/5); nota técnica aponta "grave violação de direitos humanos"

Ândrea Malcher
postado em 29/05/2023 11:53
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

A Defensoria Pública da União (DPU) apresentou ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), uma nota técnica pedindo pela rejeição integral do projeto de lei (PL) que define o critério do marco temporal para a demarcação de terras indígenas.

O parecer afirma que o PL “representaria grave violação de direitos humanos, contrariaria os deveres do Estado brasileiro explícitos na Convenção da ONU sobre a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio e, também, afrontaria precedentes do Sistema Interamericano de Direitos Humanos".

Caso o texto seja aprovado, ainda há a análise pelo Senado, podendo, então, ser vetado ou sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Câmara aprovou, na última quarta-feira (24/5), que o projeto tramite em regime de urgência, sendo votado diretamente em plenário, sem ser analisado em comissões. Lira sinalizou que a matéria pode ser votada já nesta terça (30).

O Supremo Tribunal Federal (STF) também volta a se debruçar sobre a questão no próximo dia 7 de junho, quando voltará à pauta da Corte. O STF avalia uma ação envolvendo uma terra indígena em Santa Catarina e a decisão deve repercutir em todos os processos do tipo no país.

O marco temporal é uma tese que defende que somente as terras ocupadas por indígenas no momento em que a Constituição Federal de 1988 foi promulgada, em 5 de outubro daquele ano, têm direito ao território.

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