A Polícia Federal (PF) realizou uma análise detalhada de uma das joias recebidas por Jair Bolsonaro (PL) e Michelle Bolsonaro como presente dado pelo governo da Arábia Saudita. A miniatura de cavalo, que também entrou no Brasil de forma ilegal, passou por raio-x e tomografia computadorizada para decifrar os materiais que compõem a peça e, a partir do estudo, a perícia determinou que o artefato vale R$ 24.855,62.
Em relatório obtido pela Folha de S. Paulo, os peritos constataram que o cavalo é composto, principalmente, por cobre, que equivale a até 94,18% da peça. Além disso, prata e outro também foram encontrados, em porcentagem menores que variam de 3,44 a 6,27% e 1,39 a 3,90%, respectivamente.
A mini escultura tem ainda uma inscrição que leva o nome do príncipe Abdulaziz bin Salman Al Saud, um membro da realeza saudita que serviu como ministro da Energia do país. "As características da escultura com motivos, elementos e detalhes que remetem à cultura do país de referência na placa, que também abrangem frase dedicatória e identificação do nome, cargo de autoridade e país, são compatíveis com peça estrangeira de boa qualidade customizada e identificada para fins de concessão em ato protocolar de cortesia", detalhou o documento, divulgado pela Folha de S. Paulo.
O valor de mais de R$ 24 mil, atribuído ao cavalo de cobre, da marca Goldline, é uma estimativa feita pelos peritos, que afirmam que pode não corresponder ao real valor de mercado do objeto no momento em que ele foi adquirido. “O caráter estimativo decorre da ausência de encaminhamento de documento comprovante do preço efetivamente praticado na aquisição da respectiva peça para ratificação do valor”, ressaltou o relatório.
Peça valiosa está danificada
O mini cavalo de cobre, fabricado na Itália, está com três pernas quebradas. Uma imagem publicada pelo ministro das Comunicações, Paulo Pimenta, no Twitter, mostra o objeto quebrado. De acordo com o relatório da PF, a perna que sobrou também está com “sinais de avaria”. “O material apresenta danos posteriores, indicativos de manuseio incorreto e que abrangem a sua embalagem própria de acondicionamento. Esses danos prejudicam a sua estética e impedem o seu uso expositivo, ornamentativo e/ou para composição de acervo, necessitando de reparos", apontaram os peritos.
A peça valiosa faz parte do grupo de joias recebidas por Bolsonaro e Michelle do governo saudita. Uma parte das joias, dadas à ex-primeira-dama, foi avaliadas em R$ 16,5 milhões. O conjunto chegou ao Brasil em 2021 e não foi declarado ao Estado brasileiro no momento em que entrou no país, o que caracteriza crime.
- Bolsonaro recebeu terceiro conjunto de joias estimado em R$ 500 mil
- Michelle admite ter recebido outro pacote de joias que entrou de forma ilegal no país
Cerca de três conjuntos de joias estavam na posse do ex-presidente e ex-primeira-dama, todos entraram no Brasil de forma irregular. Além do grupo avaliado em mais de R$ 16 milhões, um kit contendo um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes, um par de abotoaduras, um anel com diamantes e uma caneta prateada, avaliados em cerca de R$ 500 mil, foram recebidos por Bolsonaro durante viagem oficial em outubro de 2019 para Doha, no Catar, e para Riad, na Arábia Saudita.
Saiba Mais
- Política PGR é contra STF investigar Nikolas por fala transfóbica na Câmara
- Política CPMI dos atos golpistas já registra mais de 400 requerimentos protocolados
- Política Lula propõe união dos 12 países sul-americanos em grupo sem viés ideológico
- Política Lula faz churrasco no Alvorada e recebe ministros, senadores e deputados
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.