INVESTIGAÇÃO

Moro pede que PF investigue origem de vídeo sobre venda de habeas corpus

Em vídeo que circulou pelas redes sociais, o senador sugeriu que ministro Gilmar Mendes vende habeas corpus. PGR apontou crime e defendeu perda de mandato

Luana Patriolino
postado em 26/05/2023 17:43
 (crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado)
(crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado)

O senador Sergio Moro (União-PR) apresentou, no Supremo Tribunal Federal (STF), uma petição para que a Polícia Federal investigue a origem do vídeo no qual ele aparece sugerindo que o ministro Gilmar Mendes vende habeas corpus na Corte. Segundo ele, a fala foi “descontextualizada” e “editada” por perfis no Twitter com “inclinação política absolutamente diversa daquela defendida” pelo ex-juiz.

Para a defesa de Moro, três contas são as possíveis responsáveis por iniciar a disseminação do vídeo. “A gravação não foi realizada por Sergio Moro, nem a pedido deste. Não foi o acusado que gravou o vídeo, tampouco editou, criou, modificou, divulgou ou propagou a versão falaciosa e descontextualizada das afirmações que chegaram ao conhecimento de Sua Excelência, o Ministro Gilmar Mendes”, diz o advogado do senador.

A petição foi encaminhada à ministra Cármen Lúcia, relatora da ação na Suprema Corte. “Tratou de uma edição mentirosa (e criminosa, a princípio) das afirmações exaradas por Sergio Moro, tão somente para atingir a sua honra e credibilidade perante a sociedade e o Poder Judiciário”, alega a defesa do ex-juiz.

O vídeo foi gravado em junho do ano passado, enquanto Moro era candidato ao Senado e participava de uma festa junina. No comentário viralizado, ele fala em “comprar um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes".

Em abril, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, apresentou ao STF um parecer apontando que ele teria cometido o crime de calúnia contra o decano ao sugerir que o magistrado pratica corrupção passiva. O órgão também recomendou que o parlamentar seja condenado e perca o mandato, caso a pena aplicada seja superior a quatro anos de prisão.

 

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