Dia da África

Lula: "Não toleraremos racismo nem contra brasileiros nem contra africanos"

Presidente ofereceu um almoço no Itamaraty para comemorar a data que marca a fundação da União Africana, em 1963. O incremento das relações do Brasil com os países da África é uma das prioridades da política externa do governo

Vinicius Doria
postado em 25/05/2023 19:11
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e embaixadores de países africanos participam de almoço para marcar o Dia da África, no Palácio do Itamaraty. -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e embaixadores de países africanos participam de almoço para marcar o Dia da África, no Palácio do Itamaraty. - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou o almoço que ofereceu, nesta quinta-feira (25/5), em comemoração ao Dia da África, para manifestar, mais uma vez, repúdio às agressões racistas contra atletas brasileiros, em especial, o atacante Vinicius Jr., do Real Madrid. “Não toleraremos racismo nem contra brasileiros nem contra africanos no Brasil”, disse Lula no discurso para representantes diplomáticos e convidados, no Itamaraty. “Por isso, repudiamos, com veemência, os ataques racistas que Vinicius Jr. e tantos outros atletas vêm sofrendo reiteradamente”, complementou o presidente.

Lula destacou a importância do restabelecimento de relações perenes com países africanos, prioridade do governo. “O relançamento das relações com a África é um reencontro do Brasil consigo mesmo”, declarou, ao lembrar os vínculos históricos, culturais e sociais que unem os dois lados do Atlântico Sul. Mas, também, destacou o crescimento econômico do Continente Africano para justificar o incremento dessas relações no campo comercial.

Ao citar que a Zona de Livre Comércio Continental Africana, em vigor desde 2021, reúne 1,2 bilhão de habitantes e um PIB consolidado de US$ 3,4 trilhões, o presidente lamentou que o comércio do Brasil com a África, no ano passado, tenha sido um terço menor do que o registrado em 2013 (US$ 30 bilhões).

Para ampliar a presença brasileira em terras africanas, Lula prometeu ampliar o número de embaixadas, centros culturais e escritórios de instituições como Embrapa, Apex e Senai. E acenou com a possibilidade de acordos de desenvolvimento de tecnologia e de cooperação nas áreas de alimentos, energia e saúde. “Há muito a aprender com as estratégias sanitárias africanas”, exemplificou. Ele ainda ofereceu apoio do governo brasileiro para que o Banco do Brics “se consolide como alternativa de financiamento” em parceria com o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), instituição multilateral de fomento da União Africana.

Sobre a agenda global de sustentabilidade ambiental e enfrentamento da emergência climática, o presidente brasileiro afirmou que Brasil e África são “protagonistas” desse debate, e lembrou que Continente Africano, apesar de ser o que menos lança gases de efeito estufa na atmosfera, é um dos que mais sofrem com o aquecimento global. “Compartilhamos a responsabilidade de cuidar das florestas tropicais e preservar a biodiversidade”, declarou Lula, que prepara uma série de visitas a países africanos no fim de agosto, logo após a reunião de cúpula dos chefes de Estado do Brics, marcada para a África do Sul.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação