O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou o almoço que ofereceu, nesta quinta-feira (25/5), em comemoração ao Dia da África, para manifestar, mais uma vez, repúdio às agressões racistas contra atletas brasileiros, em especial, o atacante Vinicius Jr., do Real Madrid. “Não toleraremos racismo nem contra brasileiros nem contra africanos no Brasil”, disse Lula no discurso para representantes diplomáticos e convidados, no Itamaraty. “Por isso, repudiamos, com veemência, os ataques racistas que Vinicius Jr. e tantos outros atletas vêm sofrendo reiteradamente”, complementou o presidente.
Lula destacou a importância do restabelecimento de relações perenes com países africanos, prioridade do governo. “O relançamento das relações com a África é um reencontro do Brasil consigo mesmo”, declarou, ao lembrar os vínculos históricos, culturais e sociais que unem os dois lados do Atlântico Sul. Mas, também, destacou o crescimento econômico do Continente Africano para justificar o incremento dessas relações no campo comercial.
Ao citar que a Zona de Livre Comércio Continental Africana, em vigor desde 2021, reúne 1,2 bilhão de habitantes e um PIB consolidado de US$ 3,4 trilhões, o presidente lamentou que o comércio do Brasil com a África, no ano passado, tenha sido um terço menor do que o registrado em 2013 (US$ 30 bilhões).
Para ampliar a presença brasileira em terras africanas, Lula prometeu ampliar o número de embaixadas, centros culturais e escritórios de instituições como Embrapa, Apex e Senai. E acenou com a possibilidade de acordos de desenvolvimento de tecnologia e de cooperação nas áreas de alimentos, energia e saúde. “Há muito a aprender com as estratégias sanitárias africanas”, exemplificou. Ele ainda ofereceu apoio do governo brasileiro para que o Banco do Brics “se consolide como alternativa de financiamento” em parceria com o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), instituição multilateral de fomento da União Africana.
Sobre a agenda global de sustentabilidade ambiental e enfrentamento da emergência climática, o presidente brasileiro afirmou que Brasil e África são “protagonistas” desse debate, e lembrou que Continente Africano, apesar de ser o que menos lança gases de efeito estufa na atmosfera, é um dos que mais sofrem com o aquecimento global. “Compartilhamos a responsabilidade de cuidar das florestas tropicais e preservar a biodiversidade”, declarou Lula, que prepara uma série de visitas a países africanos no fim de agosto, logo após a reunião de cúpula dos chefes de Estado do Brics, marcada para a África do Sul.
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