Na primeira sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), nesta quinta-feira (25/5), parlamentares da oposição defenderam os participantes dos ataques terroristas de 8 de janeiro. Eles negaram ter havido uma tentativa de golpe no país, em resposta às falas da base governista, e alegaram que os presos estão tendo os seus direitos humanos violados.
A estratégia da oposição é tentar vincular uma suposta omissão do governo federal com os atos terroristas em Brasília, além de questionar prisões arbitrárias e defender que os participantes da depredação não sejam considerados golpistas ou terroristas. Instalado hoje, o colegiado terá reuniões semanais, às quintas, e uma duração prevista de seis meses.
- Arthur Maia e Eliziane Gama vão comandar CPMI dos atos golpistas
- Eduardo Braga não participará da CPMI de 8 de janeiro: "Estou fora"
- Alencar dá bronca em Do Val: "Aqui é Senado, não é delegacia de polícia"
O senador Magno Malta (PL-ES) foi eleito como 2º vice-presidente do colegiado durante a sessão. Em sua fala, o parlamentar declarou que os participantes nos ataques e nos acampamentos bolsonaristas em frente a quartéis estão sendo chamados de "terroristas" indevidamente.
"Um povo que está com a tacha de terrorista, sem nunca ter sido. Houve atos de vandalismo, sim. Identifiquemos os vândalos. Mas ninguém mais do que eu esteve nos presídios, e tem pessoas dignas, honradas, dentro do presídio. Queremos esclarecer isso", frisou Malta.
"Rótulo cruel"
Já o deputado Marco Feliciano (PL-SP) negou que tenha havido uma tentativa de golpe no Brasil, apesar das investigações da Polícia Federal terem encontrado documentos e indícios de que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, discutiram a possibilidade, inclusive com membros das Forças Armadas.
"Isso é uma forma muito cruel de rotular as pessoas. Vocês acabam com a vida das pessoas falando assim", disse o parlamentar. "Se houve vandalismo, então vamos punir os vândalos. Mas não rotular essas pessoas de golpistas e terroristas, porque isso vai ficar marcado para todo o sempre na vida deles", acrescentou. Mesmo antes do período eleitoral, bolsonaristas, em suas manifestações, defendiam pautas como intervenção militar e fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por sua vez, voltou a sugerir que haviam "infiltrados" nos atos terroristas, e disse que é preciso investigar prisões arbitrárias e violações dos direitos humanos dos presos. Até o momento, o Ministério dos Direitos Humanos e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outras entidades que visitaram os presídios, não constataram violações.
"Será que seriam capazes de fazer tudo isso que um terrorista fez? Essa banalização não é conveniente a ninguém. A internet hoje está no clima onde quem discorda de mim é nazista, banalizando o nazismo", disse o filho do ex-presidente.
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.