A CPI do Movimento dos Sem-Terra (MST) voltou a ser, nesta quarta-feira, palco para troca de agressões entre bolsonaristas e governistas. Dessa vez, a confusão foi entre os deputados Talíria Petrone (PSol-RJ) e Éder Mauro (PL-PA), notório por posições extremistas contra os partidos de esquerda e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O tumulto começou quando a parlamentar pediu um minuto de silêncio pelos seis anos do massacre de Pau D'Arco. O episódio foi em 2017, quando 10 trabalhadores rurais foram assassinados no município do sudeste paraense, em uma operação das polícias Militar e Civil sob a justificativa de que cumpriam mandado de reintegração da posse da fazenda Santa Lúcia.
"Em memória a todas as vítimas no campo, em especial às vítimas de Pau D'Arco", disse Talíria, sendo interrompida por uma questão de ordem pedida por Mauro. "O senhor não vai conceder um minuto de silêncio? Foram 10 vítimas. O parlamento brasileiro vai passar essa vergonha?"
O bolsonarista rebateu: "Discordo do minuto de silêncio, sou contra. Se derem o minuto de silêncio, vou ficar falando durante. Quando a polícia foi cumprir o mandado judicial de reintegração, foi recebida à bala. E os policiais reagiram. Eu vou dar um minuto para bandido? Nunca que vou dar um minuto!", gritou.
Apesar da reação do bolsonarista, Talíria e a deputada Sâmia Bonfim (PSol-SP) leram os nomes das vítimas da chacina. Enquanto o restante da bancada respondia "presente", o deputado chamava a cada um de "bandido".
Talíria, então, questionou se o presidente da CPI, deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), permitira a provocação. "O senhor está negando um minuto de silêncio. Isso é um desrespeito com as famílias das vítimas, com os trabalhadores do campo", argumentou.
Zucco respondeu que concederia o espaço para a homenagem se não fossem as objeções. E tentou compensar dando a Talíria um minuto para homenagear as vítimas.
"Como tínhamos parlamentares que não iam respeitar, a presidência passou a palavra para um deputado do governo, dando o referido minuto para que fizesse sua manifestação", explicou Zucco.
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