O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, prestou depoimento à Polícia Federal por cerca de duas horas, na tarde desta segunda-feira (22). Ele, que está preso em Brasília, foi ouvido por videoconferência pela equipe da corporação em São Paulo que apura a entrada de jóias sauditas no Brasil. O inquérito investiga as tentativas de retirar as pedras preciosas que foram apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos.
De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, Cid respondeu a todos os questionamentos, diferentemente do que aconteceu na semana passada, quando ele decidiu ficar calado ao depor, no âmbito de um outro inquérito, que apura a falsificação de informações do cartão de vacinas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de familiares.
De acordo com as investigações, Cid foi até o posto da Receita tentar liberar as jóias. Na ocasião, os fiscais foram informados que o material seria destinado à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As tentativas de liberar o material sem o pagamento de impostos começaram ainda no dia da apreensão, em 26 de outubro de 2021, quando o então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, e seu assessor Marcos André Soeiro, chegaram ao Aeroporto de Guarulhos com as jóias.
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As pedras preciosas estavam na mochila de Soeiro. Após ter os itens barrados na alfândega, Albuquerque teria voltado e tentado liberar o colar e os brincos cravejados de diamantes. Ele chegou a dizer que eram presentes do governo saudita.
As investigações apontam que as tentativas se intensificaram no final do ano passado, quando a gestão de Bolsonaro estava prestes a acabar. Neste período, foi constatado o envolvimento pessoal do ex-presidente para tentar a liberação. Foi então que Cid entrou em cena e foi enviado para tentar viabilizar a liberação sem que as jóias fossem incorporadas ao patrimônio da União.
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