Os bancos tiveram lucro líquido de R$ 139 bilhões em 2022, uma alta de 2% em relação a 2021. Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central (BC), divulgado nesta quarta-feira (10/5), após a recuperação a níveis pré-pandemia, a rentabilidade no segundo semestre do ano passado teve redução.
A principal razão para o recuo, de acordo com a autoridade monetária, foi o aumento das despesas com provisões — reserva sobre riscos de crédito, acentuada devido ao caso das Lojas Americanas.
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Em regime de recuperação judicial desde janeiro, a varejista enfrenta uma crise desde a revelação de inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões. Posteriormente, o próprio grupo admitiu que os débitos com os credores podem chegar a R$ 43 bilhões. O caso, de acordo com o BC, deixou bancos mais rigorosos.
“A discreta redução da rentabilidade no semestre foi acentuada devido ao caso Americanas. Embora o forte aumento das despesas de provisão no último semestre de 2022 esteja relacionado a esse evento, a materialização do risco tem resultado no elevado aumento dessas despesas de forma geral”, detalhou o BC
O documento cita ainda outros fatores para esse movimento. “Também contribuíram para a redução da rentabilidade o declínio do ritmo de crescimento das rendas de serviços e a pressão da inflação sobre as despesas administrativas."
Pessoas físicas
Embora o mercado de crédito continue crescendo em ritmo elevado, o relatório aponta que a desaceleração foi mais acentuada nas operações de maior risco do Sistema Financeiro Nacional (SFN) com pessoas físicas, como as ligadas a cartões de crédito. “No geral, o crédito às pessoas físicas arrefeceu, exceto o crédito rural e o crédito imobiliário, cujas taxas de crescimento mantiveram-se estáveis”, apontou.
De acordo com o BC, a rentabilidade do sistema deve continuar sob pressão no médio prazo, considerando a perspectiva de atividade econômica mais fraca em 2023, de menor crescimento do crédito e de inadimplência e inflação elevadas.
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