Saúde

Lula defende programas de resgate da dignidade: "Ninguém gosta de aparecer feio"

O presidente defende que políticas devem ser feitas para solucionar a realidade dos mais pobres. "Recupera a dignidade do ser humano", defendeu

Tainá Andrade
postado em 08/05/2023 20:22
 (crédito: Ed Alves/DA/CB Press)
(crédito: Ed Alves/DA/CB Press)

Em relançamento do programa Brasil Sorridente, que passou a ser política de estado do Sistema Único de Saúde (SUS), nesta segunda-feira (8/5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que há “política que você só coloca em prática se tiver vivido”. A fala foi no sentido de que a resolução de “coisas simples” ajudam a formar a dignidade do ser humano, como as pessoas não terem vergonha da aparência para namorar, por exemplo.

“Por isso que eu disse para a ministra Nísia que eu quero que esse programa garanta que a gente tenha dentista para ir na sala de aula ver todas as crianças da escola. Tem que ver se essa criança precisa de tratamento e educá-la a partir da escola para que a gente possa daqui a 20, 30 anos sonhar e ter uma sociedade em que as pessoas possam comer carne, possam comer castanha, possam sorrir, possam arrumar até namorado e namorada”, explicou o presidente.

“Ninguém vai querer namorar uma moça que não tenha dente na frente, muito menos ela vai querer namorar um rapaz que não tenha dente na frente. Por que a gente tem vergonha de falar essas coisas que são a realidade? A realidade é que as pessoas gostam de ser bem tratadas, elas não se tratam porque não podem”, continuou.

No discurso, Lula revelou o incômodo que sentia ao viajar o Brasil e ver adolescentes tampando a boca para não mostrar a falta de dentes, e também assistir governantes distribuindo cestas de dentadura. O presidente relembrou a história de quando recebeu um representante do Movimento Sem Terra (MST) de Pernambuco e ao oferecer castanha em sua sala, ele não comeu porque não podia mastigar.

“A nossa cabeça funciona de acordo com o chão que os nossos pés pisam. Tanta atenção nisso porque não é fácil as pessoas se preocuparem com as coisas dos mais pobres”, disse.

“Ninguém gosta de estar banguelo, ninguém gosta de ter dentes sujos, ninguém gosta de aparecer feio diante dos outros e no Brasil Sorridente é uma coisa extraordinária porque não recupera só o sorriso, recupera a dignidade do ser humano”, completou.

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