PLANALTO

"É bom demais a gente ter um Pelé da política", diz Padilha sobre Lula

O ministro da articulação política do governo, Alexandre Padilha, disse que o presidente entrará em campo para negociar com o Congresso sempre que for preciso

Henrique Lessa
postado em 08/05/2023 17:18 / atualizado em 08/05/2023 17:20
 (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Após as sucessivas reclamações quanto à articulação política do Palácio do Planalto no Congresso, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou que o governo inicie as conversas com cada um dos líderes partidários da base e os ministros de cada uma dessas legendas para consolidar a base aliada. A medida ocorre depois da derrota na votação na Câmara de um projeto que cancela os decretos presidenciais que regulam partes do marco legal do saneamento.

"Toda a vez que ele (Lula) precisar entrar em campo, ele vai entrar. É bom demais a gente ter um Pelé da política para poder entrar em campo a hora que precisar", disse Padilha a jornalistas nesta segunda-feira (8/5) no Palácio do Planalto, logo após a reunião com o presidente onde foi discutida a estratégia de articulação do governo na Câmara e no Senado.

Segundo ele, o presidente segue tendo muito contato com as lideranças políticas, com uma intensidade semelhante à que teve nos dois primeiros mandatos. "Não sou marinheiro de primeira viagem", afirmou ao comentar sobre a experiência anterior como articulador político do petista.

"O presidente Lula pediu, delegou a responsabilidade. E a tarefa, como coordenador político do governo, nesta semana, é de fazer reuniões dos ministros que foram indicados pelos partidos, junto com os seus líderes na Câmara para discutirmos a ação. O que está sendo feito é o cumprimento do calendário de votações até o fim do primeiro semestre", disse o ministro sobre a conversa com Lula.

Segundo Padilha, as primeiras reuniões, com o PSB, e com o PSD, já devem ser marcadas, e a orientação de Lula é para que esses encontros sejam regulares. Mas adiantou que não está em discussão a liberação de emendas parlamentares, já que essas seriam liberadas de acordo com as definições existentes na lei orçamentária.

Mas Padilha sinalizou que gostaria de construir uma forma de contribuição com sugestões dos parlamentares em primeiro mandato, que não possuem emendas individuais, que poderiam sugerir investimentos, desde que alinhados com as prioridades e eixos de programas do governo.
"Tudo aquilo que tiver afinidade com os programas prioritários do governo, interessa a participação dos parlamentares novos ou reeleitos", disse o ministro.

Marco do Saneamento

Mesmo com o aceno para a Câmara para consolidar a articulação da base, o governo espera reverter no Senado a derrota na questão do marco legal do saneamento. Após ressaltar que todas as pautas prioritárias do governo foram aprovadas, Padilha admitiu a derrota e fez outra metáfora com futebol.

"Nós estamos tendo muitas vitórias, tivemos uma derrota na semana passada. É raríssimo o time ser campeão invicto. Para ser campeão, você não pode perder a final. Foi uma derrota importante, mas aconteceu em um momento que você pode perder que é no começo do campeonato", disse Padilha que concluiu que espera reverter o placar na próxima votação do tema. "Acreditamos que agora é possível conversar com os senadores para garantir esse instrumento importante."

 

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