O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a dizer que direcionar dinheiro para programas de políticas públicas não é gasto, mas “investimento”. A declaração foi feita nesta segunda-feira (8/5), no Planalto, na cerimônia que transformou a Política Nacional de Saúde Bucal, o Brasil Sorridente, em política de Estado, incluindo a iniciativa no Sistema Único de Saúde (SUS). O programa ganhou novos ares com mais equipes e serviços para atender locais com maior dificuldade de acesso.
"O Brasil Sorridente é uma coisa extraordinária porque não recupera o sorriso, mas a autonomia do ser humano. Tudo isso, para mim, é investimento, não me fale em gasto. Tratar da saúde do povo é investimento. Um cidadão com saúde é muito. A área econômica fala em gastos, mas eu estou na teimosia de dizer que qualquer dinheiro para cuidar do povo é investimento", afirmou.
O programa foi criado no primeiro governo Lula, em 2004 e, segundo o deputado federal Jorge Solla (PT-BA), complementou o Sistema Único de Saúde (SUS). “No ano de 2004, 20% da população já tinha perdido todos os dentes e 45% não tinham acesso regular à escova de dentes”, lembrou em discurso.
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Alcance
De acordo com o deputado, que participou da articulação feira à época no Congresso Nacional para aprovar a lei sancionada hoje, entre 2003 e 2016 foram implantadas mais de 20 mil equipes de saúde bucal, ou seja, um aumento superior a 400% de alcance do serviço.
“Chegamos a alcançar mais 4.200 municípios com as equipes de saúde bucal da família. Foram implantados mais de 1.554 CEOS [Centro de Especialidades Odontológicas], em mais de mil municípios brasileiros e 1.798 laboratórios de prótese dentária, alcançando a cobertura para a população de dois mil municípios”, enumerou.
O Ministério da Saúde prevê que o atendimento odontológico contemplará 805 municípios, com 3,7 mil novas equipes e 630 serviços inéditos em unidades de atendimento. Para isso funcionar, serão desembolsados R$ 136 milhões em 2023. As unidades federativas que receberão os maiores valores são Minas Gerais, com R$ 20,5 milhões, e Bahia, com R$ 17 milhões.
O presidente da Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO), José Carrijo Brom, lembrou que o ato de hoje tem relação com a retomada de "seis anos de estagnação e retrocesso" no tema, assim como com um subfinanciamento que refletiu na aplicação da lei em saúde bucal.
Escolas públicas
Lula aproveitou para criticar o governo de Jair Bolsonaro (PL). "Vocês não têm noção de como foram destruídas as coisas que levamos 13 anos para fazer. Em quatro anos, destruíram coisas que demoramos 13 anos para fazer. Esta semana vou lançar a retomada de 4 mil obras paralisadas em escolas públicas. Temos várias outras coisas para recuperar", disse.
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