INVESTIGAÇÃO

Bolsonaro percebeu "constrangimento" de policiais durante operação

Ex-presidente, em entrevista à emissora, se defendeu e disse que nunca foi exigido comprovante vacinal em viagens aos Estados Unidos

Ândrea Malcher
postado em 03/05/2023 14:22 / atualizado em 03/05/2023 15:37
 (crédito: Reprodução/ Ed Alves/CB/D.A. Press)
(crédito: Reprodução/ Ed Alves/CB/D.A. Press)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se emocionou ao falar sobre a Polícia Federal (PF) ter fotografado o cartão de vacinação da esposa, Michelle, em entrevista à emissora Jovem Pan, nesta quarta-feira (3/5). Ele ainda afirmou ter percebido "constrangimento" de alguns policiais durante a operação de busca e apreensão desta manhã no condomínio onde mora, em Brasília.

“Fui tratado muito bem, em nenhum momento houve exagero, voz alta, falta de educacao”, contou ele. “Senti constrangimento em alguns policiais federais”, acrescentou.

Segundo Bolsonaro, a decisão de não se imunizar contra a covid-19 veio após “ler o que chamo de bula da Pfizer”. O ex-chefe do Executivo também explicou mais uma vez que Michelle se vacinou nos Estados Unidos, em 2021, com imunizante da fabricante Janssen.

“Ela (Michelle) passou mal logo ao voltar ao Brasil. Ano passado voltou a ter uma crise que o médico chegou a falar que foi por conta da vacina”, disse.

Sobre a filha Laura, de 12 anos, Bolsonaro falou que, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou vacinas para crianças de 5 a 12 anos, ele escolheu não imunizar a filha por ainda ser uma “vacina experimental”.

“Quando a Anvisa falou que ia abrir a vacina para crianças de 5 a 11 ou 12 anos, eu liguei lá (...) e falei ‘mas aqui está entre possíveis efeitos colaterais palpitações, dor no peito e falta de ar’ e perguntei ‘o médico vai fazer o que para conter esses sintomas?’. Então, minha filha não vai tomar a vacina, é experimental a vacina”, explicou. “Minha filha atualmente tem um atestado médico que ela está dispensada de tomar vacina.”

Bolsonaro defendeu que não houve fraude no documento de vacinação, lembrando que iria viajar “a um país europeu, talvez a Itália” e perguntou se o país exigia vacinação contra a covid-19. “Se é assim (obrigatório o comprovante) eu não viajo.”

“O tratamento dispensado ao chefe de Estado é diferente do cidadão comum. Tudo é acertado antecipadamente e em minhas idas aos Estados Unidos em nenhum momento foi exigido meu cartão vacinal”, argumentou.

 

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