OPERAÇÃO

Ex-vereador citado no caso Marielle é alvo de operação da PF que investiga Bolsonaro

Marcello Siciliano é suspeito de intermediar cartões falsos de vacinação para aliados de Bolsonaro. Ele foi apontado como interessado na morte de Marielle. A testemunha que o acusou, porém, voltou atrás

Correio Braziliense
postado em 03/05/2023 14:04 / atualizado em 03/05/2023 15:38
 (crédito: DANIEL RAMALHO)
(crédito: DANIEL RAMALHO)

Citado no processo que investiga a morte da vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco (PSol), o ex-vereador Marcello Siciliano (PP) foi um dos alvos da busca e apreensão, nesta quarta-feira (3/5), na Operação Venire da Polícia Federal. Além dele, a ação da PF que investiga falsificação de cartões de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados cumpriu 15 mandados de busca e apreensão e seis prisões preventivas

O suposto envolvimento de Marcello Siciliano na morte da então vereadora carioca, assassinada em março de 2018, teria ocorrido porque a atuação política da psolista o incomodaria. Siciliano, portanto, foi apontado por uma testemunha, em dezembro de 2018, como principal suspeito de ter dado a ordem para o assassinato. O depoente que o associou ao crime se chama Orlando Curicica. Acusado de compor uma milícia no Rio, ele voltou atrás de seu depoimento e passou a negar que o relato fosse verdadeiro.

Diante da declaração de Orlando Curicica, Marcello Siciliano, à época, foi alvo de operação da Polícia Civil do Rio e Ministério Público do Rio, que cumpriram busca e apreensão em sua casa.

Sem citar nomes, André Janones (Avante/MG) fez publicação no Twitter em que afirma que "um dos envolvidos nas supostas fraudes do cartão de vacina de Bolsonaro foi apontado como suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco".

Operação Venire

Nesta quarta-feira, a ação da PF contra Siciliano apurou suspeitas de que ele teria intermediado a articulação para que o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados conseguissem carteiras falsas de vacinação. Segundo a investigação da PF, o ex-vereador teria conseguido falsificar esses cartões no município fluminense de Duque de Caxias. 

Entre as ações de busca e apreensão, a PF mirou a casa onde moram Bolsonaro e sua esposa, Michelle, em Brasília. Na operação, a polícia apreendeu o celular do ex-presidente. Questionado sobre a ação da PF, Bolsonaro negou as acusações de que tenha burlado seu cartão de vacina. 

“Não existe adulteração da minha parte. Não tomei a vacina. Ponto final. Em momento algum falei que tomei a vacina e não tomei”, afirmou ele, em entrevista a jornalistas que estavam em frente a sua casa. 

Entre os aliados de Bolsonaro, a PF prendeu o seu ex-ajudante de ordens no Palácio do Planalto, o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa. 

 

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