Lisboa — O ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de buscas e apreensões por parte da Polícia Federal nesta quarta-feira (03/05), tem viagem marcada para Portugal em uma semana. Ele é considerado uma das estrelas do congresso promovido pelo Chega, partido de extrema-direita que atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia da República em 25 de abril último. O evento está marcado para 13 de maio.
Organizadores do congresso admitem estar apreensivos com a operação da Polícia Federal, que apreendeu os telefones de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle. Querem entender qual será a repercussão disso no seminário, que tem como um dos principais motes o combate à corrupção. O brasileiro é acusado de participar de um esquema de fraudes de cartões de vacinação contra a covid-19.
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Na ação da Polícia Federal, foram presos o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro ao longo do governo dele, e Max Guilherme Machado de Moura, ex-sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro e ex-integrante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), um dos atuais assessores a que o ex-presidente tem direito de manter, segundo a lei.
Quando anunciou o congresso, o deputado André Ventura, líder do Chega, afirmou que o objetivo do encontro era marcar posição contra os esquemas de corrupção dos partidos de esquerda, além de ser um enfrentamento “claro ao comunismo e ao socialismo”. Teme-se que, com a operação da PF, o discurso se Bolsonaro fique contaminado. O desenrolar dos próximos dias mostrará o tamanho do estrago na imagem do ex-presidente.
Segundo a Polícia Federal, as fraudes cometidas no sistema do Ministério da Saúde para atestar a vacinação contra a covid-19 de familiares e assessores de Bolsonaro tinham como meta viabilizar a entrada deles nos Estados Unidos. Até Laura, a filha do ex-chefe do Executivo brasileiro, teve o documento adulterado, o que, na avaliação dos policiais, caracteriza corrupção de menores.
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