Atos de 8 de janeiro

Nunes Marques e Mendonça votam contra tornar réus presos em frente ao QG

Os dois foram os únicos ministros a votarem contra o relator, fechando o placar em 8 a 2

Correio Braziliense
postado em 03/05/2023 00:04 / atualizado em 03/05/2023 00:04
 (crédito:  Valter Campanato/Ag..ncia Brasil)
(crédito: Valter Campanato/Ag..ncia Brasil)

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça e Kassio Nunes Marques — ambos indicados à Corte por indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — votaram, na noite desta terça-feira (2/5), contra o recebimento de denúncia para tornar réus 100 investigados que foram presos no acampamento montando em frente ao quartel do Exército, em Brasília, um dia após os atos golpistas de 8 de janeiro. Os dois foram os únicos ministros a votarem contra, fechando o placar em 8 a 2. 

No voto proferido, Mendonça disse que a situação dos investigados que foram presos no quartel é diferente do caso dos denunciados que estavam na Praça dos Três Poderes no dia dos atos.

"Em verdade, referem-se apenas às pessoas detidas no dia seguinte no acampamento, em momento pacífico. E não se pode desconsiderar que, mesmo discordando do que havia ocorrido no dia anterior, a forma como ocorreram suas prisões evidencia que muitas das pessoas não dispunham de meio de transporte próprio ou fácil para de lá saírem imediatamente e assim se desmobilizarem e regressarem às suas cidades de origem", decidiu o ministro.

O voto do ministro foi proferido no julgamento virtual no qual a Corte julga o recebimento de 200 denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra investigados pelos atos. Na modalidade virtual, os ministros depositam os votos no sistema eletrônico e não há deliberação presencial. 

Em relação a 100 investigados que estavam na Praça dos Três Poderes, contudo, André Mendonça votou pelo recebimento das denúncias. "Independentemente da posse ou não de objetos voltados à prática de atos de depredação e enfrentamento, a presença dos denunciados no Palácio [do Planalto], local de acesso restrito, justamente naquele momento, constitui indício suficiente para o recebimento das iniciais e aprofundamento, sob o crivo do contraditório, da colheita de provas para elucidação dos fatos", concluiu.

Após o fim do julgamento, os acusados passarão a responder a uma ação penal e se tornam réus em um processo. Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, vai analisar a manutenção da prisão dos acusados que ainda permanecem detidos.

Com informações de Agência Brasil.

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