A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, visita o Brasil entre os dias 2 e 4 de maio. Chegando em Brasília nesta terça-feira, a diplomata se reúne com representantes do governo brasileiro. Na pauta oficial do encontro está a discussão sobre a agenda climática e a segurança alimentar. “Em Brasília, a embaixadora Thomas-Greenfield se reunirá com autoridades do governo brasileiro para discutir nossa parceria na região e nas Nações Unidas, inclusive sobre clima e segurança alimentar”, disse a embaixada norte-americana no Brasil em nota.
Apesar de não constar na agenda oficial, é esperado que o principal assunto da visita seja a postura do Brasil quanto à guerra na Ucrânia. Os Estados Unidos têm buscado a adesão brasileira, mesmo que parcial, às sanções contra a Rússia em função da invasão ao território ucraniano. Mas o Brasil vem mantendo sua posição tradicional, e não aderiu a sanções internacionais. Para interlocutores do Itamaraty, a posição brasileira não deve ser alterada mesmo com a pressão norte-americana.
As declarações do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vem amenizando o tom, apesar de seguir defendendo que a melhor solução para a guerra é o diálogo. As críticas quanto ao posicionamento dos Estados Unidos e da União Europeia no conflito, que estavam rendendo descontentamento tanto de Washington, como de Bruxelas, devem ser amenizadas.
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Depois do presidente brasileiro afirmar que os Estados Unidos têm encorajado a manutenção da guerra e que a Ucrânia é tão responsável quanto a Rússia pela paz, a Casa Branca subiu o tom na resposta, e o chefe de comunicação do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse em 17 de abril que o Brasil estava “papagueando” a propaganda russa sobre o conflito.
“É profundamente problemático como o Brasil abordou essa questão de forma substancial e retórica, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra”, disse o Kirby durante uma entrevista coletiva no mesmo dia em que Sergey Lavrov, chefe da diplomacia russa, visitava o Brasil.
Escala baiana
No seu último dia no Brasil, a embaixadora visita a cidade de Salvador, onde deve discutir o Plano de Ação Conjunta Brasil-EUA para Eliminar a Discriminação Racial e Étnica e Promover a Igualdade (JAPER). Na capital baiana, a visita terá a participação da representante dos Estados Unidos para Justiça e Igualdade Racial, Desirée Cormier Smith, e participa de encontros com a representantes da sociedade civil e da juventude afro-brasileira sobre programas sociais para “comunidades raciais, étnicas e indígenas marginalizadas, incluindo pessoas de ascendência africana”, diz a nota da embaixada estadunidense.
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